11 de agosto de 2012

Contexto Histório e Surgimento das Empresas


No século XVII e meados do XVIII, o que ocorria era o modo de produção artesanal, onde os camponeses ou trabalhadores urbanos faziam por inteiro os produtos (sapatos, bolsas, camisas, etc.) em suas oficinas, ou mesmo em suas casas, para comercializar em feiras.  Porém, os artesãos muitas vezes não tinham tempo ou capital para produzir mais, então os que detinham capital financiavam os artesãos e dividiam o lucro. Portanto, é visível que um entrava com o “trabalho” e outro entrava com o “capital” em uma sociedade. Foram os primeiros traços do empresariado. 
A demanda por tais produtos foi crescendo, o capitalismo se disseminando e, para aumentar a produção, as pessoas que detinham o dinheiro colocavam os trabalhadores em grandes locais, chamados de fábricas, para condicionar a produção em massa. Esse processo tomou grande amplitude e foi chamado de Revolução Industrial.
Com o advento da Revolução Industrial, surgiu um homem disposto a propor métodos dessa nova forma de produção. O americano Frederick Winslow Taylor escreveu seu livro “Princípios da Administração Científica” expondo basicamente tais exigências numa fábrica: definição de tempo e movimento, divisão do trabalho, especialização, eficiência produtiva, baixo custo, bônus por produção, supervisão funcional, padronização, separação da concepção e execução, extinção da fadiga humana.

Estudo de Tempo e Movimento: Definir tempo e melhores movimentos para realizar uma tarefa, a fim de evitar acidentes e imprevistos de trabalho e aumentar a eficiência.
Divisão de Trabalho: Cada subordinado faz uma tarefa específica que, ao se juntar às dos outros subordinados, tem-se o produto acabado. A tarefa é dada ao trabalhador e ele obedece fazendo daquilo seu objetivo na empresa.
Especializações: A pessoa especializa nessa tarefa específica que lhe foi atribuída. Isto é, fazer e saber muito de pouca coisa.
Eficiência Produtiva: Consiste em produzir muito e rápido. Era o objetivo principal das organizações.
Baixo Custo: Os EUA produziam e vendiam muito, mas também o custo era altíssimo. Então, o foco econômico foi reduzir custos e diminuir desperdícios para a geração de lucro.
Incentivo Econômico: Remuneração extra para quem produzisse mais que o estipulado, além de disponibilizar prêmios para combater a fadiga e a cera, visto que o homem é indolente e preguiçoso.
Supervisão Funcional: Hierarquia pouco organizada, onde o chefe de um setor poderia delegar ao subordinado de outro. Isso causava rapidez na resolução de problemas relacionados à produção, mas também confundia os trabalhadores, uma vez que não havia uma estrutura da organização instituída e exercida.
Padronização: Estabelecimento uniforme da forma de produção, onde a linha de produção sistemática gerava um produto final em comum. Além disso, todos deveriam produzir o mesmo número de mercadorias. Alinharam-se os serviços para ter mais produtividade.
Separação da Concepção e Execução: Os donos das organizações detinham todo o conhecimento do processo, mas os operários - antigos artesãos que concebiam o processo - passaram a saber apenas suas funções e a desconhecer o produto final.  
Fadiga Humana: Acreditava-se que não era o excesso de movimento que proporcionava a fadiga, mas os movimentos desnecessários. Logo, era preciso trabalhar muito e com consistência para que o trabalho se tornasse tranquilo.

Muitos trabalhadores achavam que o maior rendimento devido a utilização de máquinas acarretaria o desemprego de operários (máquina substituir o homem). Contudo, “Os Princípios da Administração Científica” ressalta que essa idéia é equivocada, porque quando se trabalha mais, a produção aumenta; quando se produz mais, a venda aumenta; quando se vende mais, a procura aumenta; quando a procura aumenta, precisa-se de mais empregados. Portanto, alta dedicação e aumento de maquinário significava fontes de emprego e não a ocorrência de desemprego ou dispensa de funcionários.
            Taylor foi essencial para o surgimento de teorias para as Ciências da Administração, aliás, foi o precursor delas. Atualmente, depois de tantos anos, não há empresa que não siga algo dito em seu livro. Porém, consequências negativas ocorreram na economia, governos, empresas, pessoas e, principalmente, na nova forma de trabalho que surgira.
Houve grande preocupação com a eficiência e pouco com a eficácia. Produzia-se descontroladamente sem haver uma boa administração por trás. O método discutido entrega toda estrutura e pensamento ao trabalhador sem uma cúpula estratégica interpretando a organização.
No que diz respeito às consequências históricas da implementação da teoria de Taylor nas fábricas, ressalta-se: A  precarização do trabalho, ocasionada pelas propostas de divisão e especialização do trabalho, onde o trabalhador independente perdeu sua autonomia e trabalhava em condições subumanas, mandados sem piedade. A não consideração dos fatores psicológicos que interferiam no comportamento do trabalhador, apenas exigia rendimento. A exploração dos donos das fábricas que impunham trabalho cansativo, árduo e absorviam grande mais-valia. E também a alienação do trabalhador, que detinha todo o conhecimento da produção no artesanato, agora seria deturpado pela especialização do trabalho e os movimentos repetitivos, e só faria mera parte de um longo processo produtivo. Tudo isso pela ânsia por produtividade que, muitas vezes, resultava em produtos mal feitos, gerando retrabalho.
Por fim, é notável que Taylor é uma figura importante, crítica e bastante polêmica. Até hoje há discursos em volta de sua teoria. É inegável que faltou métodos científicos na sua avaliação; foi imaturo na sua concepção sobre homem; viu a empresa como um sistema fechado; voltou-se exclusivamente ao operacional; e seguiu uma perspectiva de suas empresas.  Mas também é inquestionável que organizou e deu impacto à produtividade de tal forma que revolucionou o modo de produção das fábricas, proporcionando, dessa forma, a  expansão das empresas norte americanas e do mundo. Assim iniciou as primeiras empresas, mas que ainda não tinham Administração!

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