2 de junho de 2014

No Pain No Gain

Em Agosto de 2009 eu comecei a frequentar academia, com 65 quilos e 7% de gordura. O treinamento tinha o objetivo estrito de auxiliar na natação, e à medida que o tempo passou fui modificando os meus objetivos. O fato é que 4 anos e 10 meses depois a diferença corporal pode não ser tão grande, mas acredito que essa alternância de objetivos – hipertrofia, perca de gordura, explosão, resistência – contribui para o fator “saúde”.


Atualmente, estou em meio ao objetivo de ganho de massa magra, e talvez seja o mais eficaz de todos até hoje. Quando se malha nesse ímpeto, ouve-se muita coisa, principalmente devido ao alcance de resultado. Por exemplo, sempre há as clássicas expressões “está legal, não passe disso!”, “já deve parar, caso contrário, ficará feio”, “quais os venenos está tomando?”.
Isso tudo é até legal e, geralmente, vem de pessoas que gostam de você. Mas o menos engraçado são os que atribuem seus resultados a tudo, menos a você, além de aderirem o estigma de subestimação do nível intelectual do considerado “bombado”. Em geral, para tais pessoas, o mais importante é o suplemento, o personal, a sofisticação dos aparelhos da academia, a disposição de tempo, a tendência genética, o metabolismo, a condição financeira, etc. Elas se esquecem do agregador disso tudo e, portanto, o principal responsável pelos alcances: você.
Particularmente, acredito que o maior responsável de nossas conquistas somos nós mesmos, independente dos aparatos ou percalços que temos. Isso vale para tudo que se deseja alcançar na vida. Na questão exposta, muitos se esquecem da determinação no momento do treino; da paciência para esperar o que deseja; do sacrifício em deixar de comer tantas coisas que gostaria ou beber cerveja com os amigos; da preocupação com o sono perdido ou aspiração do horário de comer; do esforço para adequar horários e calendário; das horas de planejamento e análise dos custos da alimentação, mensalidades; e outras abdicações.
Um ponto muito discutido na musculação mais intensa é a suplementação alimentar. Pessoas que pensam ser os sabedores insistem em alertar sobre o que te faz mal, quase sempre criminalizando o uso de suplementos ou julgando suas decisões. Isso já virou cultural. O importante mesmo é ter conhecimento das condições do seu organismo e usar as dosagens adequadas, pois tudo pode fazer mal se não souber usar, não apenas suplementos que, diga-se de passagem, não são “bombas” ou esteroides.
Para finalizar, não se deve avaliar o outro sem conhecer toda a cadeia de variáveis em que ele se encontra; muito menos usar da facilidade alheia e das dificuldades que se tem como forma de justificar a derrota. É certo que os atributos do terceiro parágrafo sem os atributos do quarto parágrafo não te levam a nada, mas o contrário te leva aonde você quiser. Por isso, aceite sua condição, arrume uma alternativa, trabalhe com o que tem, mas trabalhe. Tem que trabalhar! Pois “no pain, no gain”.