29 de outubro de 2013

Não é apenas Árbitros

Hoje estou aqui não para falar bem dos árbitros de futebol, mas para reprovar a conduta da maioria dos jogadores brasileiros. É evidente que há corrupção no futebol, que árbitros se vendem a diretores de clube, que há mala branca, preta, e falta de preparação aos juízes para apitar os jogos. Entretanto, comecei a crer que os jogadores são a principal causa das ações incoerentes, lamentáveis e até incompetentes dos árbitros.
Jogadores de futebol são muito desonestos no exercício de sua profissão (talvez percam apenas para os políticos): enrolam na cobrança de lateral; fingem se machucar quando trombam no outro; cavam faltas; adiantam os passos no momento da cobrança de lateral; pegam a bola e jogam uns metros à frente na hora da falta rápida; dão passinhos para frente quando estão na barreira; enrolam na substituição; caso uma segunda bola caia no campo, os jogadores até então vencedores não a põe para fora; etc. Sem contar o goleiro, que demora no tiro de meta, e abusa da sua condição de não poder sair do campo.
Como exemplo, temos Rivaldo colocando a mão no rosto quando atingido na perna; Neto Berola se arrastando para dentro da área para parecer um pênalti; e muitas outras ações que não me lembro. Além disso, sempre tem um motivo para contestar o árbitro. Se ele der um cartão amarelo, os jogadores reclamam; se der falta, reclamam pedindo amarelo; se não der nada, reivindicam falta. Concordam com a postura do árbitro em poucos momentos, como quando levam amarelo por tirarem a camisa na comemoração do gol, ou quando o jogador adversário é avermelhado.
 
            O que também surpreende é a “balançada na cabeça”, sinalizando reprovação, depois que é feito algo que eles não gostaram. E os comentaristas e locutores? Dizem sempre algo do tipo: “Fulano, muito esperto, vai fazendo aquela cera. Que beleza!”. Enfim, os jogadores acham que sabem mais do que os árbitros, mas há muita coisa no futebol que é interpretação, critério. Eles deviam focar no jogo e deixar o juiz fazer o seu trabalho, reclamando apenas quando necessário, das formas corretas e eficazes. Isso reduziria a pressão, influência e o árbitro faria seu trabalho mais tranquilo, o que aumenta as chances de uma boa atuação, um bom jogo.
Por fim, digam-me, isso é fairplay? Para mim, essa reclamação exacerbada e sem motivo é jogo sujo; só prejudica. Algum árbitro deveria chamar a imprensa, colocar seu lado e expor essas atitudes. O pior é que esse tipo de comportamento no trabalho que faz a pessoa ganhar até 3 milhões de reais por mês, no Brasil. É, a cultura em um país é mesmo forte, e eu gosto de futebol, mas algumas coisas podiam ser diferentes por aqui. Apesar de tudo, não peço um Klose da vida, pois na Alemanha é outra realidade e, além de cultura, isso é questão de educação: consciência, gentileza, humildade, etc. E, cá para nós, é difícil exigir educação de jogador de futebol.

8 de outubro de 2013

Pluripartidarismo



     Depois da experiência com o Regime Militar e uma época de bipartidarismo forjado (Arena x MDB), o Brasil adotou o pluripartidarismo. Isso me faz pensar que a história nos arrastou para a liberdade de associação partidária, visto que o país passou muito tempo diante de uma autocracia e grandes restrições.
        Sendo assim, chego a acreditar que não poderia ter sido diferente, pois a tendência foi de aderir a democracia proporcionando a liberdade da forma mais plena possível. Contudo, sinto-me incomodado com o que presencio atualmente, pois há uma grande falta de ideologia e fidelidade partidária.
            Faltando um ano para as eleições, vimos transições de 52 deputados federais e 2 senadores; e criação de dois partidos políticos, salvo engano. Marina Silva, uma candidata forte à presidência, mostrou-se falha em planejamento quando não conseguiu instituir seu partido. Até três dias atrás tínhamos 32 partidos, que demonstram representar interesses políticos; interesse em ascensão utilizando a propaganda eleitoral; interesse financeiro em oferecer valores para a entrada de candidatos nos partidos; etc.
            Talvez muitas pessoas seriam obrigadas a filiar a um partido que não lhe agrade, se tivéssemos o bipartidarismo. Mas é praticamente isso que sinto com as grandes coligações em volta, principalmente, do PT e PSDB. Creio que uma mudança na instituição de partidos, ou até mesmo permissão de candidatura avulsa, são debates interessantes para a proposição da reforma política exigida nas manifestações.  
            Finalizo ressaltando que a limitação de partidos não fere direitos fundamentais, no meu entender. Até na democracia há limites (ou é onde mais há), mas o bipartidarismo também oferece escolha. Cabe a você se conhecer e saber a sua ideologia: liberal ou moderador, radical ou conservador, esquerda ou direita, socialista ou capitalista, democrata ou republicano. É por isso também que os EUA são uma das maiores representações democráticas da história.

“O poder é mesmo tão poderoso, ou o homem que é um ser frágil?”