28 de abril de 2012

"Interprete como quiser, mas não julgue como entender"

Certa vez, vi numa rede social uma dessas pessoas de ensino médio - com aquela postura de viver a vida e que se dane o resto do mundo - postando essa frase e comecei a refletir sobre ela, daí surgiu este texto.
Bom, nem tudo é como a pessoa pensa que é em relação ao que a outra diz ser, apenas pelo fato de sua interpretação. As pessoas são subjetivas, é como “não existir verdade, mas sim versões diferentes”, então, ela pode interpretar as ações ou palavras da outra da forma que cabe a ela, de acordo com a crença e criação que teve. Porém, não pode julgar. Isto é, dizer se é certo ou errado em razão da mesma subjetividade que promoveu a interpretação.
Mas o principal objetivo dessa frase não é impedir as pessoas de julgarem as outras de forma errada, mas sim fazer com que essas pessoas julguem as outras da forma como as outras queiram ser julgadas. Toda situação é ampla ao ponto de ter várias interpretações, e as pessoas mais persuasivas, por exemplo, querem convencer as outras de que a idéia dela é a certa, isto é, induzí-las a uma interpretação. Mas também, há outro lado, o fato de as pessoas realmente julgarem errado, aliás, de uma forma peculiar equivocada para o senso-comum que talvez exponha a pessoa que está sendo julgada como algo que ela não seja; o que explica esse lado é justamente o fato de as interpretações serem amplas e os julgamentos serem vários.
Para finalizar, – porque já está chato – não podemos dizer como vamos ser julgados e interpretados ou exigir isso das pessoas, mas sim fazer o máximo para sermos julgados e interpretados como quisermos, através de atos sensatos, ao invés de termos certas atitudes, com o intuito de sermos vistos de forma não condizente com essas atitudes e, depois, simplesmente usar o “interprete como quiser, mas não julgue como entender”.

16 de abril de 2012

Orgulho de ser Empresário Júnior

A Empresa Júnior Unimontes é uma associação civil sem fins lucrativos, constituída e administrada, essencialmente, por alunos do curso de Administração e supervisionada por professores.
Madson Meireles - Diretor de Projetos        Sinval Batista - Diretor Presidente
É legal trabalhar na Empresa Júnior porque se trata sempre de uma troca, uma troca nobre, envolvendo o trabalho voluntário. Pois, dispomo-nos para colaborar, ajudar, desenvolver e profissionalizar cada vez mais uma empresa que, embora talvez bem organizada, seja júnior. E esta, por sua vez, oferece uma estrutura tradicional e consolidada para trabalharmos, com aceite dos tropeços naturais do início da carreira profissional. Então, torna-se um trabalho desafiador, com a exigência que precisamos e a flexibilidade que queremos.
Estágios em organizações bancárias, multinacionais e outras grandes empresas são muito interessantes, mas o movimento empresa júnior foi criado especialmente para os universitários, acima de tudo, dando espaço para atuarem em suas devidas formações. Logo, é um serviço totalmente direcionado para nossas condições, sem subestimar nossa capacidade. Além de nos submeter a uma estrutura complexa, adocrática, onde nossa responsabilidade é mensurada através da autonomia que temos nos cargos de diretoria e conselho, por exemplo.
O fato de a Empresa Júnior ser apenas com fins educacionais instiga nossa voracidade pelo ganho de conhecimento e network. Esses valores fazem com que tornemos profissionais inovadores, a fim de quebrar paradígmas, aperfeiçoar nossas competências, trabalhar com o que gostamos e não, necessariamente, presos a padrões, esperando apaticamente a remuneração.
Há grande satisfação quando se percebe que os objetivos são alcançados através de nossas ações. Isto é, a prática profissional no ambiente universitário, por tratarmos de serviços diretamente relacionados ao curso e apoiarmos no departamento, fazendo assim, com que concluamos nossa graduação admirando e defendo a importância do curso de Administração. Além disso, tem-se a contribuição para o desenvolvimento dos micro e pequenos empresários de uma região como o Norte de Minas, onde o índice de empresas desorganizadas e informais é grande.
            A motivação está em realizar um bom trabalho, melhorar a Empresa Júnior para as próximas gestões e deixar a nossa marca. Consequentemente, conseguimos reconhecimento dos stakeholders, proporcionando, dessa forma, contatos que podem acreditar na nossa capacidade e oferecer oportunidades no mercado de trabalho.
           Portanto, Empresa Júnior é o melhor meio de iniciativa profissional. Você acadêmico, envolva-se também com sua Empresa Júnior e comece ser diferente desde já. Coloque desafios, encare as dificuldades, aprimore seu conhecimento, busque habilidades além da sala de aula e abrace a oportunidade de participar desse meio de extensão. Seja máster, sendo júnior.

Falando sobre mim

Meu nome é Sinval Batista, nasci dia 14 de Maio de 1991, sou formado em Administração pela Unimontes, co-proprietário da Tilico Eletrônica e membro honorário da Empresa Júnior Unimontes devido ao cargo de Diretor Presidente exercido em 2011. Sou nadador, atleticano e mero violonista.
Não simpatizo com auto-descrições, mas em questão de apresentação, posso dizer que sou uma pessoa que se preocupa com a saúde física, gosto de academia e esportes; com a saúde mental, gosto de ler, ouvir música (nacional), assistir filmes, envolver em projetos e eventos; e com a saúde social, como ser gentil com as pessoas, divertir com os amigos, reunir com a família e discutir política e economia.
Sou patrono das minhas conquistas. Alguns me chamam de “cabeça-dura”, mas prefiro dizer que refuto com argumentação ao que não sou de acordo, embora eu procure me abrir, ouvir e buscar o benéfico das conversas com outras pessoas sempre que possível, para que eu possa inovar minhas idéias.
Minhas principais qualidades são organização, sensatez e análise crítica. Infelizmente, tenho pouca paciência, aversão à tecnologia e assumo poucos riscos. E procuro ter equilíbrio, atitude e ser ecologicamente correto. Sou adepto de planejamentos, estabelecimento de objetivos, e controle racional sobre o que imponho a mim. Além disso, tenho esperança de que podemos ser uma sociedade mais evoluída por meio do respeito à autonomia das instituições, e corroboro com isso através de discussões políticas. Com isso, sinto-me burocrata, republicano e conservador. 
Enfim, ao contrário do nosso amigo Raul, eu tenho aquela velha opinião formada sobre tudo, embasada nos meus valores e princípios, mas considerando as mudanças, variações e imprevisões.  Isso é coerência!

14 de abril de 2012

Por que sou do Movimento #ForaTadeu?


Montes Claros vive uma situação crítica. Apesar de tudo, tenho o prazer de vivenciar esse momento tão importante para a construção da minha juventude e para o futuro da minha cidade, e um dia ter o orgulho de contar para meus filhos. A população do Brasil, além de crescer, está se conscientizando também, e eu pareço não ser uma exceção.
O que eu aprendi sobre revoltas civis e outros movimentos, até então, foi através de estudos. E os que aconteceram nos últimos 15 anos eu não estava presente - nem que seja para saber, sem participar - porque não tinha idade e nem interesse suficiente. Porém, hoje estão acontecendo novos movimentos que eu tenho a oportunidade de interagir. Por exemplo, daqui há muito tempo eu vou lembrar que o Egito e a Líbia conseguiram suas independências numa época que eu pude ver. Da mesma forma, o movimento para a retirada de um prefeito “peculiar” ficará registrado na história de Montes Claros.
Pois bem, Montes Claros é a maior cidade do Norte de Minas e sua economia abrange não só essa região, mas também, o sul da Bahia. É uma cidade relativamente grande e pólo de estudantes e trabalhadores de inúmeras cidades da redondeza. Seu fluxo econômico e populacional foi crescendo de tal forma que já se previa um estouro de indignação devido à falta de estrutura para suportar esse crescimento e o desinteresse político de oferecer suporte.
Parece que o estouro aconteceu! Este começou a se intensificar com a reentrada do prefeito Tadeu Leite em 2009. Parece que ele se voltou para projetos menos essenciais de grande marketing e repercussão na mídia, que fechou os olhos da parcela menos esclarecida da população. Diante disso, alguns “gatos pingados” resolveram agir e não aceitar essa cortina que tampa as mazelas da sociedade e dispuseram a mostrar, para todos, o verdadeiro cenário da cidade.
Estamos totalmente sem infra-estrutura para suportar a expectativa de um milhão de habitantes em 2020. Hoje, somos 361 mil cidadãos numa cidade que não nos suporta, que o trânsito é mais caótico que as grandes capitais, pois além de ser superlotado, ainda há buracos enormes, falta de espaço e de sinalizações horizontais. Já imaginou Montes Claros daqui dez anos?
A saúde está precária, falha e demora nos atendimentos, e a pressão foi tão grande que o próprio secretário de saúde “pediu arrego”. Aqui não tem incentivo à cultura, seus maiores núcleos - Casa da Juventude e Centro Cultural – se não estão fechados, estão fragilizados. E o esporte vai bem, muito bem com o vôlei. Mas e o futebol? E a natação? E o basquete, handebol, esqueitismo? O Mocão (estágio de futebol) é projeto de muitos anos atrás e até hoje não foi posto em prática. O zoológico parece não existir. Enfim, esses são uns dos problemas que eu sei que tem, mas muitas outras pessoas sabem de problemas que eu nem imagino.
O movimento que resolveu expor esses problemas e exigir uma nova Montes Claros foi iniciado com a caminhada, levando o caixão no “Enterro da Ética”, até se concretizar no chamado Fora Tadeu, que se expandiu em âmbito nacional. Já conseguiu ser o quarto assunto mais postado no Twitter e ainda levar ao conhecimento de programas como o CQC, da Band. Teve até censura da TV local, perseguições e ameaças a certos participantes.
O objetivo do movimento não é exigir o impossível de governantes, pois entendemos que nossa região é precária, seca, pobre, e com centenas de dificuldades para se desenvolver, mas a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte. Será tão difícil ser menos negligente e distribuir as verbas de forma justa e honesta? Ah, deve ser difícil sim, para nosso prefeito é muito mais fácil gastar dinheiro público com candidatura e promoção do seu filho Tadeuzinho, ou simplesmente colocá-lo no bolso. Bom, é o que dizem e evidências comprovam! Logo, percebemos que expor os problemas e querer soluções não é só exigir uma melhor administração da corja que está na prefeitura, mas sim tirar o maior articulador de todos, daí o desejo de Fora Tadeu.
Dizem que é um movimento pacífico e apartidário. Pacífico é inquestionável que não seja, todos viram que nenhum ato foi agressivo e que a polícia não precisou interferir em nada. Apartidário, eu seria muito romântico se dissesse que não há opositores infiltrados querendo aproveitar da insatisfação das pessoas. Porém, um movimento apartidário, do povo, não impede que pessoas partidárias participem. Inclusive, um dos fatores que enfraquece o movimento é a falta de um líder, um rosto, ou até um grupo com idéias formuladas e propostas projetadas/escritas do que o movimento realmente propõe, uma ata com reinvidicações, tudo isso para fazer jus ao substantivo “apartidário”. Pois, o que se vê são pessoas independentes, fragmentadas, cada uma prejudicada por certo problema da cidade, que se juntaram para pedir melhorias e saída do prefeito, apenas isso.
Não sou um dos organizadores do levante, mas sou um cidadão indignado com a situação da nossa cidade. Não tenho conhecimento de como será, se realmente conseguiremos o impeachment e também sei que ninguém consegue isso apenas gritando nas ruas, sem se politizar, sem assembléia, diplomacia e, principalmente, sem o apoio dos vereadores que, até então, estão ignorando tudo que está acontecendo.
Entretanto, por mais que eu não saiba de todo o processo, não podia ficar sentado em casa esperando outras pessoas dizerem o que eu também quero dizer, desiludido, só porque talvez seja difícil. A Revolução Russa era impossível, não era? Será que as milhões de pessoas protestando na praça Tahrir, no Egito, eram totalmente politizadas? O que eu quero dizer é que você não precisa conceber todo o movimento para fazer parte dele, embora seja necessário que alguém conceba e faça as propostas. 
Enfim, eu participo do Fora Tadeu sim, e não venha me dizer que ele está rindo de nós, porque ele pode rir três vezes do lado de lá, que gritaremos cinco vezes do lado de cá: Fora Tadeu! Não quero saber se conseguiremos impeachment ou se nada vai mudar até o fim do mandato, mas já é honroso saber que eu tentei, que eu pelo menos fragilizei a imagem de um corrupto e que eu não fico em frente da televisão vendo as notícias subversivas ou em frente de um computador lendo um texto, como este, sem ir à rua lutar.

“Fora Tadeu”, venha conosco!