21 de agosto de 2012

Fordismo


A indústria automobilística foi revolucionada a partir de 1914 por um empresário chamado Henry Ford. Fez isso pondo em prática os princípios da Administração Científica, pois adotou a especialização, padronização, divisão do trabalho e produção em massa em sua fábrica Ford Motor Company. Ao contrário da Toyota, que usava o modelo de produção enxuta e estoque mínimo.
 Ford foi a materialização do que Taylor propôs. Sua obsessão era tão grande que pretendia tornar o automóvel o barato suficiente para todos comprarem. Ele expandiu a indústria automobilística de tal forma que ajudou a desenvolver os EUA. Aumentou substancialmente a indústria têxtil, siderúrgicas, energia para produção de combustível e construção de rodovias para facilitar o transporte das pessoas.
A indústria de Ford era imensa e tinha todo o “staff”  necessário para sua produção: fábrica de vidros, plantação de seringueiras para formação de borracha, siderúrgica, etc. Essa estrutura, conjunto de ações, modo de pensar e sistema novo que começara a dar certo nos Estados Unidos, foi chamado de Fordismo e se tornou referência por muitos anos.
Uma das principais características foi o aperfeiçoamento da linha de montagem. Os veículos eram montados em esteiras que se movimentavam, passando carro por carro, enquanto o operário ficava praticamente imóvel, realizando pequena etapa da produção. Assim, o sistema exigia pouca qualificação dos trabalhadores. Ao contrário do Volvismo, modelo inovador com grande participação e qualificação dos trabalhadores suecos.
O empresário era bastante conservador. A frase “podem ser produzidos automóveis de qualquer cor, desde que sejam pretos” entrou para a história e mostra o quanto ele era pouco inovador. Seus assistentes e até seu filho propunha mudanças como a criação de automóveis com outras cores e também outros automóveis, em detrimento do clássico modelo “Ford T”, mas ele dizia que a cor preta secava mais rápido e assim poderia produzir mais.
Embora Taylor tivesse proposto a produção independente, dizendo que a demanda viria de acordo com o que era produzido, Ford não foi tão negligente e preferiu controlar  a produção de acordo com a demanda. Dessa forma, ele sofreu menos com a crise de 1929.  Ele também aumentou o salário de seus operários para aumentar o poder de compra deles e eles ambicionarem comprar carros.
Ford era tão sistemático e exigente que criou os “fiscais de Ford”, homens que vigiavam a vida pessoal dos trabalhadores. Com isso, eles perdiam o emprego se traíssem as mulheres, bebessem na semana, estivessem de ressaca no trabalho, etc. Além disso, Ford tinha um filho que morreu cedo por não suportar a pressão, rigorosidade e humilhações do pai dentro da fábrica para com ele e demais companheiros.
Portanto, Henry Ford foi o pioneiro em empresas automobilísticas e se manteve na hegemonia até a década de 70, onde foi ultrapassado pela GM (General Motors), que começara a produzir diversos carros de diversas cores e pelo modelo de gestão automobilístico japonês, que era mais flexível e enxuto. Porém, Ford nunca deixou de ser elevado e lembrado pela importância da concepção da indústria automobilística clássica.  

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