7 de abril de 2013

Crítica Reversa

Matheus Xavier
Acadêmico de Relações Internacionais
22 anos

O que essa sociedade pós-moderna e suas nuances não teria a ensinar aos antigos românticos, que tinham lá seus vãos sentimentos líricos, subjetivos, fantasiosos. Devaneio, diria, renegar essa facilidade, comodidade, por fim, estamos cada vez mais próximos. Ah, como esse criticísmo é tão limitador! O ser humano e suas maneiras infantis de circunscrever e tanger realidades, tolos e infames! Por que não se pode relativizar mais as coisas? Veja, pois, os pós-estruturalistas.

A palavra ordinal é desconstrução! “Dada”, cavalo de pau, dadaísmo, verossimilhança que não há. Como é belo e intrigante o nonsense, de tão apolítico, a falta de sense é político; o movimento se reverte e a falta de ação ou inação prediz ação. Exóticos e extravagantes são esses costumes antigos, passados de pais para filhos, onde sentar-se a mesa pressuporia reunião familiar.

E então, “até quando você vai ficar levando porrada, até quando você vai ficar sem fazer nada?”

Urgência de sentido e de relação obrigatória entre coisas é “Old” e a onda é ser “very cool”. Aqui, não existe uma padronização, ou seja, uma arte institucionalizada. Valorize o absurdo, o irreverente, entretanto, roga-se que não se esqueça do sense. Ainda uma arte que se prediz sem sentido, a priori, é, em primeira e última instância, imbuída de valores. Não se deixe ludibriar pela indolor justificativa da inocência. Prenunciavam os realistas que a ingenuidade pode dar causa a diversos problemas. A inocência do desprezo de votos, do “carpe diem”, de que a vida é passageira, e que não deixemos nada para semana que vem, pois semana que vem pode nem chegar, é nociva quando figurada de forma banal por uma sociedade acrítica e paupérrima. O relativismo e suas entranhas tem sua perversidade se alimentando do mesmo caule, são os frutos infrutíferos; carrega em si o próprio germe, afinal, qualquer um que predispõe de um mínimo de sabedoria chegará conclusão que até o imperativo, per se, é relativo.

Já dizia Slavoj Žižek aos acampados do Zuccotti Park: “Não se apaixonem por vocês mesmos. Passamos um bom momento aqui, mas, lembrem-se, os carnavais não custam caro. O que conta é o dia seguinte, quando precisamos retomar nossa vida normal. E é quando nos perguntamos: alguma coisa mudou?”

A questão reside muito menos em depreciar a desconstrução de valores, descredibilizar o esforço em destituir uma ordem vigente, ou o movimento político, sócio e cultural, do que impugnar a crítica descompromissada de alguns formadores de opinião, ou em último juízo de seus fiéis seguidores. Diria Thomas Frank, autor norte americano, “Quando a teoria torna a prática delirante”. 

“Tão próximos que parecemos longe, mérde