16 de setembro de 2012

Show de Pouca Vogal



Há uns quatro meses fui ao show de Pouca Vogal na minha cidade, Montes Claros – MG, onde eventos desse estilo acontecem poucas vezes. Éramos dois casais e compramos ingressos para uma mesa, espaço mais adequado para um show tranquilo. Era o que esperávamos!
O evento foi espetacular, assim como a maioria das bandas de rock famosas do Brasil. Embora o som da due fosse leve, era normal que a emoção tomasse conta e muitos extravasassem. Porém, tinha uma galerinha na nossa frente que só ficava em pé. Assim começou o desconforto.
Depois de aturar muito e perder várias vezes de ver a dupla se apresentando, meu amigo Peu Balão foi até o pessoal e pediu para eles tentarem se manter sentados, porque atrapalhavam a visão das pessoas de trás.
Chegamos agora ao acontecimento da noite. O rapaz que ouviu o que ele disse exigiu uma condição: que ele o informasse os nomes do primeiro e último álbuns dos Engenheiros do Hawaii. Ele riu ironicamente, respondeu a pergunta e fez novamente o pedido que, dessa vez, foi acatado.
O show prosseguiu e curtimos “até o fim”, mas o que me deixou pensativo foi a ousadia da questão. Muitas pessoas não se dão por satisfeitas em curtir um estilo musical diferente de sua região, um estilo dito mais culto. Elas tem necessidade de mostrar para a comunidade o quanto gostam e que gostam mais que outras poucas pessoas que também gostam, só porque esse gosto é algo raro em tal região.
Infelizmente ou felizmente, desapontamos o rapaz. Nós sabíamos. Ele deve ter aprendido a não subestimar as preferências musicais das pessoas, independentemente do local que esteja. Admito que é tentador fazer isso em meio a tanta música ruim nos dias de hoje, mas isso não é atitude de um fã de Engenheiros do Hawaii.

Politicagem nos Jogos Olímpicos



            Quem nunca se perguntou: Esse esporte é olímpico e aquele não? Pois é, lendo a revista Superinteressante encontrei a resposta que me deixou intrigado. Ela se resume na palavra “política”.
            Sete anos antes de cada edição dos jogos, os 115 membros do Comitê Olímpico Internacional se reúnem para votar pela inclusão e exclusão de esportes, embora tenha aqueles que nunca estiveram fora dos Jogos Olímpicos. O limite é de 28 esportes por olimpíada, por isso muitos ficam de fora.
            Para se candidatar a uma vaga, o esporte deve ter uma federação internacional reconhecida pelo Comitê, passar pelos critérios e, muitas vezes, submeter-se aos interesses e subjetividade da cúpula organizadora. Olimpíadas é audiência, ou seja, quanto mais popularidade o esporte tiver, mais dinheiro proporcionará e mais chances terá de ser incluso.
As regras do Comitê Olímpico Internacional podem mudar a cada edição por pressões políticas, dificuldades técnicas nas cidades sede e influência do marketing esportivo. Geralmente, as escolhas são baseadas na análise das condições de hospedagem de atletas, comitês nacionais e profissionais de imprensa; da história olímpica do esporte; de sua universalidade; de sua ética e trabalho no combate ao doping e de sua visibilidade.
Entretanto, o pentatlo moderno não é popular nem tem potencial de marketing, mas sua organização tem baixo custo e ele foi inventado pelo barão de Coubertin, o pai das olimpíadas modernas. Esse status lhe fez ser inserido em várias edições do evento esportivo.
Os esportes que mais tentam e merecem estar nos jogos são baisebol, skatismo, automobilismo, futebol americano, sinuca, patinação, escalada, caratê e, principalmente, o surfe. Esse esporte nunca conseguiu participar das olimpíadas por necessitar da existência de mar com boas ondas nas cidades sede, apesar de já haver alternativas para isso com as piscinas de onda.
Pelo fato de esporte ser emoção, superação e disputa, ele deveria ser espontâneo. Contudo, a despeito de não acabarem com sua essência, há coisas que o difama. O que mais há é o uso do esporte como apelo e demonstração política, como a atitude da Coreia do Norte de mostrar para seu povo apenas os jogos vencidos; os grandes investimentos em países sede apenas em época de olimpíadas, para expor o “desenvolvimento”; a luta constante de China e EUA pela liderança em olimpíadas para manifestar a detenção da supremacia política, econômica e social para o mundo.
Apesar de tudo, esporte é sempre apaixonante e essas questões ficam nos bastidores. Logo, é viável discutir e se interar do assunto para mostrar que o que há é a falta de esforço pra inserir esportes muito interessantes e bastante conhecidos nas olimpíadas, atendendo, dessa forma, aos gostos dos admiradores de esportes e não a interesses de organizadores.