21 de agosto de 2012

Elton Mayo e o Início das Relações Humanas nas Organizações


O australiano Georges Elton Mayo foi contratado por uma empresa chamada Western Eletric para analisar até que ponto o ambiente e estrutura física da empresa interferiam no rendimento dos trabalhadores e o quanto a integração destes gera produtividade. Tal empresa se localizava em um bairro chamado Hawthorne, na cidade de Chicago. Dessa forma, o estudo ficou conhecido como “experiência de Hawthorne” e é muito citado nas discussões sobre relações humanas nas organizações.
Ele percebeu que o grau de iluminação da empresa influenciava a produtividade dos trabalhadores e resolveu aprofundar a pesquisa nesses fatores interferentes da eficácia. Fez uma longa experiência, a primeira pesquisa científica pelo método de observação.  Em meio à pesquisa, iniciou uma análise psicológica das pessoas. Por exemplo, constatou que a produtividade aumentava com lanches e abaixava com o aumento da jornada e diminuição do intervalo. Logo, a falta de condição de trabalho e exigência severa dos patrões faziam com que as pessoas não tinham disposição nem estrutura psicológicas/fisiológicas para exercer um bom trabalho.
Foi observado em entrevistas que as relações interpessoais eram importantes dentro da empresa. As mulheres falaram que a amizade fazia com que elas trabalhassem tranqüilas e felizes. Mayo ressaltou a relevância da definição de um próprio método de trabalho feito pelos empregados, isto é, contatos informais, onde as pessoas se auto ajudavam, instruíam e mantinham um bom relacionamento, influenciados pelos líderes informais. Contrariava aquela supervisão intensa.
Portanto, o resultado efetivo viria da integração social. Isso traria uma motivação não apenas para maximizar a produtividade, mas também para melhorar a qualidade do serviço. Assim, Elton Mayo contrastava a visão de Taylor, chamava de visão limitada por dizer que a motivação vem de prêmios e o homem é “indolente e preguiçoso”. Relatou que o homem é um ser completo, deve ter qualidade de vida e condições dignas de trabalho: lanches, intervalos, iluminação no local, comunicação entre eles, segurança e tempo regular nas máquinas.
Fayol já dizia da necessidade de organizar a empresa formalmente (estrutura, produção, capital, etc.) e informalmente (relações pessoais). Elton Mayo, por sua vez, intensificou e relatou sobre essa organização informal, expondo formas de implementá-la. O simbolismo foi um fator usado para sua concretização, uma vez que algo símbólico compacta as pessoas, incentiva um indivíduo à integração em um grupo, proporciona vontade espontânea pela representação daquele símbolo para tal pessoa. O símbolo é a representatividade de uma época, ação, acontecimento, grupo, ideologia e por isso foi tão importante para a concepção da relevância das pessoas em uma organização.
O estudo citado aqui foi essencial para o desenvolvimento das organizações. Porém, como qualquer outra teoria, houve consequências negativas inevitáveis. Muitas pessoas não adotam suas proposições e criticam seus argumentos. A dispersão, consolidação e implantação dessa nova forma de ver as pessoas causaram o risco de pessoas se unirem e fazerem greves; o vazamento de informações restritas devido a algum desentendimento interno; a possibilidade de empregados acobertarem o companheiro que tem atitudes erradas; etc. Não obstante, foram abertas as portas para o surgimento de defesas trabalhistas e criação dos sindicatos dos trabalhadores, a fim de equilibrar e harmonizar as duas classes: operário e empresário.
Portanto, a experiência de Elton Mayo foi altamente significativa, pois descobriu que o psicológico dos trabalhadores influencia sua performance e é considerável notar o setor informal, muitas vezes mais que o formal, porque este é a obrigação de todos funcionários, e aquele é o extra, o que a pessoa vai trazer de si para beneficiar a organização. Daqui, nasceram os primeiros passos dos Recursos Humanos (RH), a área da administração voltada à gestão de pessoas e importância do comportamento na organização.

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