O australiano Georges Elton
Mayo foi contratado por uma empresa chamada Western Eletric para analisar até que ponto o ambiente e estrutura
física da empresa interferiam no rendimento dos trabalhadores e o quanto a
integração destes gera produtividade. Tal empresa se localizava em um bairro
chamado Hawthorne, na cidade de
Chicago. Dessa forma, o estudo ficou conhecido como “experiência de Hawthorne”
e é muito citado nas discussões sobre relações humanas nas organizações.
Ele percebeu que o grau de
iluminação da empresa influenciava a produtividade dos trabalhadores e resolveu
aprofundar a pesquisa nesses fatores interferentes da eficácia. Fez uma longa
experiência, a primeira pesquisa científica pelo método de observação. Em meio à pesquisa, iniciou uma análise psicológica das pessoas. Por
exemplo, constatou que a produtividade aumentava com lanches e abaixava com o
aumento da jornada e diminuição do intervalo. Logo, a falta de condição de
trabalho e exigência severa dos patrões faziam com que as pessoas não tinham
disposição nem estrutura psicológicas/fisiológicas para exercer um bom
trabalho.
Foi observado em entrevistas
que as relações interpessoais eram
importantes dentro da empresa. As mulheres falaram que a amizade fazia com que elas trabalhassem tranqüilas e felizes. Mayo
ressaltou a relevância da definição de um próprio método de trabalho feito
pelos empregados, isto é, contatos
informais, onde as pessoas se auto ajudavam, instruíam e mantinham um bom
relacionamento, influenciados pelos líderes
informais. Contrariava aquela supervisão intensa.
Portanto, o resultado
efetivo viria da integração social.
Isso traria uma motivação não apenas
para maximizar a produtividade, mas também para melhorar a qualidade do serviço.
Assim, Elton Mayo contrastava a visão de Taylor, chamava de visão limitada por
dizer que a motivação vem de prêmios e o homem é “indolente e preguiçoso”. Relatou
que o homem é um ser completo, deve ter qualidade
de vida e condições dignas de trabalho: lanches, intervalos, iluminação no
local, comunicação entre eles, segurança e tempo regular nas máquinas.
Fayol já dizia da
necessidade de organizar a empresa formalmente (estrutura, produção, capital,
etc.) e informalmente (relações pessoais). Elton Mayo, por sua vez,
intensificou e relatou sobre essa organização
informal, expondo formas de implementá-la. O simbolismo foi um
fator usado para sua concretização, uma vez que algo símbólico compacta as
pessoas, incentiva um indivíduo à integração em um grupo, proporciona vontade
espontânea pela representação daquele símbolo para tal pessoa. O símbolo é a
representatividade de uma época, ação, acontecimento, grupo, ideologia e por
isso foi tão importante para a concepção da relevância das pessoas em uma
organização.
O estudo citado aqui foi
essencial para o desenvolvimento das organizações. Porém, como qualquer outra
teoria, houve consequências negativas inevitáveis. Muitas pessoas não adotam suas
proposições e criticam seus argumentos. A dispersão, consolidação e implantação
dessa nova forma de ver as pessoas causaram o risco de pessoas se unirem e
fazerem greves; o vazamento de informações restritas devido a algum
desentendimento interno; a possibilidade de empregados acobertarem o
companheiro que tem atitudes erradas; etc. Não obstante, foram abertas as
portas para o surgimento de defesas trabalhistas e criação dos sindicatos dos trabalhadores, a fim de
equilibrar e harmonizar as duas classes: operário e empresário.
Portanto, a experiência de
Elton Mayo foi altamente significativa, pois descobriu que o psicológico dos
trabalhadores influencia sua performance e é considerável notar o setor
informal, muitas vezes mais que o formal, porque este é a obrigação de todos
funcionários, e aquele é o extra, o que a pessoa vai trazer de si para
beneficiar a organização. Daqui, nasceram os primeiros passos dos Recursos Humanos (RH), a área da
administração voltada à gestão de pessoas e importância do comportamento na
organização.
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