No século XVII e meados do
XVIII, o que ocorria era o modo de
produção artesanal, onde os camponeses ou trabalhadores urbanos faziam por
inteiro os produtos (sapatos, bolsas, camisas, etc.) em suas oficinas, ou mesmo
em suas casas, para comercializar em feiras.
Porém, os artesãos muitas vezes não tinham tempo ou capital para
produzir mais, então os que detinham capital financiavam os artesãos e dividiam
o lucro. Portanto, é visível que um entrava com o “trabalho” e outro entrava
com o “capital” em uma sociedade. Foram os primeiros traços do empresariado.
A demanda por tais produtos
foi crescendo, o capitalismo se disseminando e, para aumentar a produção, as
pessoas que detinham o dinheiro colocavam os trabalhadores em grandes locais,
chamados de fábricas, para condicionar a produção em massa. Esse processo tomou
grande amplitude e foi chamado de Revolução
Industrial.
Com o advento da Revolução
Industrial, surgiu um homem disposto a propor métodos dessa nova forma de
produção. O americano Frederick Winslow Taylor escreveu seu livro “Princípios
da Administração Científica” expondo basicamente tais exigências numa fábrica: definição de tempo e movimento, divisão do
trabalho, especialização, eficiência produtiva, baixo custo, bônus por
produção, supervisão funcional, padronização, separação da concepção e execução,
extinção da fadiga humana.
Estudo
de Tempo e Movimento: Definir tempo e melhores movimentos para realizar uma
tarefa, a fim de evitar acidentes e imprevistos de trabalho e aumentar a
eficiência.
Divisão
de Trabalho: Cada subordinado faz uma tarefa específica que, ao se juntar às
dos outros subordinados, tem-se o produto acabado. A tarefa é dada ao
trabalhador e ele obedece fazendo daquilo seu objetivo na empresa.
Especializações:
A pessoa especializa nessa tarefa específica que lhe foi atribuída. Isto é,
fazer e saber muito de pouca coisa.
Eficiência
Produtiva: Consiste em produzir muito e rápido. Era o objetivo principal das
organizações.
Baixo
Custo: Os EUA produziam e vendiam muito, mas também o custo era altíssimo.
Então, o foco econômico foi reduzir custos e diminuir desperdícios para a
geração de lucro.
Incentivo
Econômico: Remuneração extra para quem produzisse mais que o estipulado, além
de disponibilizar prêmios para combater a fadiga e a cera, visto que o homem é
indolente e preguiçoso.
Supervisão
Funcional: Hierarquia pouco organizada, onde o chefe de um setor poderia
delegar ao subordinado de outro. Isso causava rapidez na resolução de problemas
relacionados à produção, mas também confundia os trabalhadores, uma vez que não
havia uma estrutura da organização instituída e exercida.
Padronização:
Estabelecimento uniforme da forma de produção, onde a linha de produção
sistemática gerava um produto final em comum. Além disso, todos deveriam
produzir o mesmo número de mercadorias. Alinharam-se os serviços para ter mais
produtividade.
Separação
da Concepção e Execução: Os donos das organizações detinham todo o conhecimento
do processo, mas os operários - antigos artesãos que concebiam o processo -
passaram a saber apenas suas funções e a desconhecer o produto final.
Fadiga
Humana: Acreditava-se que não era o excesso de movimento que proporcionava a
fadiga, mas os movimentos desnecessários. Logo, era preciso trabalhar muito e
com consistência para que o trabalho se tornasse tranquilo.
Muitos trabalhadores achavam
que o maior rendimento devido a utilização de máquinas acarretaria o desemprego
de operários (máquina substituir o homem).
Contudo, “Os Princípios da Administração Científica” ressalta que essa idéia é
equivocada, porque quando se trabalha mais, a produção aumenta; quando se produz
mais, a venda aumenta; quando se vende mais, a procura aumenta; quando a
procura aumenta, precisa-se de mais empregados. Portanto, alta dedicação e
aumento de maquinário significava fontes de emprego e não a ocorrência de
desemprego ou dispensa de funcionários.
Taylor
foi essencial para o surgimento de teorias para as Ciências da Administração, aliás,
foi o precursor delas. Atualmente, depois de tantos anos, não há empresa que
não siga algo dito em seu livro. Porém, consequências negativas ocorreram na
economia, governos, empresas, pessoas e, principalmente, na nova forma de
trabalho que surgira.
Houve grande preocupação com
a eficiência e pouco com a eficácia. Produzia-se descontroladamente sem haver
uma boa administração por trás. O método discutido entrega toda estrutura e
pensamento ao trabalhador sem uma cúpula estratégica interpretando a
organização.
No que diz respeito às consequências
históricas da implementação da teoria de Taylor nas fábricas, ressalta-se: A precarização
do trabalho, ocasionada pelas propostas de divisão e especialização do
trabalho, onde o trabalhador independente perdeu sua autonomia e trabalhava em
condições subumanas, mandados sem piedade. A não consideração dos fatores
psicológicos que interferiam no comportamento do trabalhador, apenas exigia
rendimento. A exploração dos donos
das fábricas que impunham trabalho cansativo, árduo e absorviam grande
mais-valia. E também a alienação do trabalhador,
que detinha todo o conhecimento da produção no artesanato, agora seria
deturpado pela especialização do trabalho e os movimentos repetitivos, e só
faria mera parte de um longo processo produtivo. Tudo isso pela ânsia por
produtividade que, muitas vezes, resultava em produtos mal feitos, gerando
retrabalho.
Por fim, é notável que
Taylor é uma figura importante, crítica e bastante polêmica. Até hoje há
discursos em volta de sua teoria. É inegável que faltou métodos científicos na sua avaliação; foi imaturo na sua
concepção sobre homem; viu a empresa como um sistema fechado; voltou-se exclusivamente ao operacional; e seguiu
uma perspectiva de suas empresas. Mas também
é inquestionável que organizou e deu impacto à produtividade de tal forma que
revolucionou o modo de produção das fábricas, proporcionando, dessa forma, a expansão
das empresas norte americanas e do mundo. Assim iniciou as primeiras
empresas, mas que ainda não tinham Administração!