25 de dezembro de 2012

O Sistema Hospitalar

Indignação, revolta e raiva tomaram conta de mim na manhã da última quinta-feira. Esperei três horas para ser atendido no pronto atendimento do hospital Santa Casa, com um plano particular. Enquanto esperava, fiquei refletindo o porquê daquilo.
Provavelmente o hospital é composto por uma máfia capitalista que não aumenta custo de mão de obra para atender uma grande demanda, pois possivelmente faltará o lucro estipulado à cúpula estratégica e seus interesses que, diga-se de passagem, deve conter no seu mais alto cargo de gestão um médico competente e que se relaciona bem, ao invés de um administrador hospitalar com habilidades gerenciais. É por isso que há poucos estudos sobre a operação médica, otimização dos processos, redução racional dos custos e qualidade dos serviços.
Além disso, tem-se as interferências externas: a sociedade, que supervaloriza a medicina; a corrupção, que suga os recursos financeiros do Estado; a falta de vontade de muitos profissionais, por acomodarem diante dos seus salários; a cultura brasileira, de fraudar o sistema para ser atendido primeiro (farsas, amizades com médicos, etc.); incompetência da gestão municipal, que até hoje não teve um prefeito que percebesse o crescimento da população e investisse em infraestrutura; ao corporativismo dos médicos, que muitas vezes fazem o ofício de farmacêuticos , nutricionistas, psicólogos; à legislação brasileira, que dá autonomia ao médico, visto que praticamente qualquer médico pode tudo em qualquer área da medicina, sem haver exigência de especialização. E, por fim, o sistema nacional de saúde.
O sistema nacional de saúde – o Universal – diz que todos tem direito à saúde, mas poucos hospitais conseguem cumprir. O SUS é precário e superlotado. Se o doente não optar por ele, tem que pagar pela sua saúde. Ao contrário do sistema estadunidense – o Segurado, que se paga pelo serviço quando está saudável e recebe o retorno e até subsídio do governo quando se encontra doente.
Não obstante, isso tem sido copiado pelos Planos de Saúde, mas devido a todos os fatores dos dois parágrafos maiores, mostra ainda muita ineficiência. Caso contrário, um jovem não esperaria três horas numa fila, muito menos precisaria fazer este texto. 

1 de novembro de 2012

A Atual Mão-de-Obra




Há alguns séculos tínhamos casos extremos de exploração nas relações de trabalho, como a escravidão. O tempo passou e chegarmos em 1930, quando Getúlio Vargas iniciou os sindicatos, leis trabalhistas e proteção aos trabalhadores que até então eram totalmente inexpressivos. Porém, ainda assim havia resquícios de fábricas que exploravam os trabalhadores.
Atualmente, o acesso a informações está mais fácil, as pessoas estão mais instruídas e, principalmente, buscam saber das leis que protejam seus interesses. O fato é que algumas leis trabalhistas são falhas e proporcionam comodismo às pessoas. Isso me faz pensar que a situação se inverteu: hoje há muitos empregados que agem de má fé com os empregadores.
O processo de desenvolvimento do Brasil traz com ele pessoas mais preguiçosas, justamente por encontrarem melhores condições de trabalho. Os empregadores tem dificuldades de contratar e gerir pessoas, mesmo aumentando a oferta de salários e embasando em qualquer teoria de recursos humanos funcional e comportamental.
O que se percebe é que com as coisas mais fáceis, o desenvolvimento, o status, a mobilidade social, a distribuição de renda e as oportunidades, as pessoas almejam sucesso e tem perspectiva, e isso é bom. O ruim é que me parece que muitos não estão dispostos a buscar o além, passar por dificuldades e encarar desafios. Não entendem que se deve começar do inicio, por baixo, tirando de onde passa o máximo de aprendizado para crescer. Poucos se abdicam ou submetem a algo.
Quantas vezes eu já percebi que o trabalho só existe em troca de salário para algumas pessoas, e que elas ainda culpam o empregador por não ter políticas que as motivem. A motivação quase sempre vem de dentro, da vontade de aprender e prosperar, da ciência de que o maior beneficiado do emprego pode ser o empregado.
Digo isso porque, no contexto econômico atual, quem tem essa postura se deslancha profissionalmente rapidinho. Há quem diga que o índice de desemprego é alto, ele é alto para pessoas desqualificadas e estagnadas, mas para quem busca capacitação, há excesso de vagas de emprego.
Creio que o perfil dos trabalhadores e dificuldade de mão de obra qualificada é inerente à posição de país emergente que o Brasil se encaixa. Estamos em meio à transição, onde ainda não importamos imigrantes que venham fazer os trabalhos menos reconhecidos e ignorados - assim como os EUA faziam há 15 anos; e também há falta de trabalhadores capazes de exercer cargos altos. Por consequência, vejo pessoas que não querem o primeiro e não conseguem o segundo. Assim, há um vazio de mão de obra em alguns ramos e portes empresariais, assim como em algumas classes trabalhistas.
Por fim, não estou falando que patrões exploram e empregados são submissos, muito menos que os empregados são indolentes e os chefes prejudicados. Estou falando que deveria ter uma pré-disposição das partes para o crescimento pessoal, profissional e nacional, visando o bem comum e a melhor resolução das questões trabalhistas, e não o apego a interesses próprios. 


“É triste pensar que as próprias pessoas me fazem acreditar que o tratamento certo no meio empresarial é o impessoal”

Utilidade dos Seminários


Seminário só é interessante em nível de aprendizagem para quem apresenta - e também para o professor, que não precisa dar a aula sobre o assunto. Pois é preciso estudar muito e fixar o que estudou para repassar. Ensinando se aprende mais.
Quando apresentamos, ouvimos (dicas do professor, comentários de colegas e debates em sala), lemos (material encaminhado, livros indicados), falamos (a hora da apresentação), e fazemos (elaboração de slides, sínteses). Ou seja, todas as formas de absorção da informação, o que ajuda a retê-la.
É claro que essa absorção é de apenas uma parte do conhecimento, uma vez que o tema direcionado ao grupo é um diante vários distribuídos na sala, e a parte direcionada à pessoa é uma diante as partes do grupo dela. Isto é, ela aprenderá muito, mas de um assunto específico, a não ser que o professor tenha algum método para inibir isso como, por exemplo, o sorteio. Mas, ainda assim, é uma forma de aprendizagem relevante devido a intensidade do estudo.
Aos que assistem, cabe respeitar e conter aquela vontade de dormir.
Enfim, é difícil admitir, mas os seminários são úteis para quem apresenta no que diz respeito ao conhecimento, por isso tornam-se necessários.

16 de setembro de 2012

Show de Pouca Vogal



Há uns quatro meses fui ao show de Pouca Vogal na minha cidade, Montes Claros – MG, onde eventos desse estilo acontecem poucas vezes. Éramos dois casais e compramos ingressos para uma mesa, espaço mais adequado para um show tranquilo. Era o que esperávamos!
O evento foi espetacular, assim como a maioria das bandas de rock famosas do Brasil. Embora o som da due fosse leve, era normal que a emoção tomasse conta e muitos extravasassem. Porém, tinha uma galerinha na nossa frente que só ficava em pé. Assim começou o desconforto.
Depois de aturar muito e perder várias vezes de ver a dupla se apresentando, meu amigo Peu Balão foi até o pessoal e pediu para eles tentarem se manter sentados, porque atrapalhavam a visão das pessoas de trás.
Chegamos agora ao acontecimento da noite. O rapaz que ouviu o que ele disse exigiu uma condição: que ele o informasse os nomes do primeiro e último álbuns dos Engenheiros do Hawaii. Ele riu ironicamente, respondeu a pergunta e fez novamente o pedido que, dessa vez, foi acatado.
O show prosseguiu e curtimos “até o fim”, mas o que me deixou pensativo foi a ousadia da questão. Muitas pessoas não se dão por satisfeitas em curtir um estilo musical diferente de sua região, um estilo dito mais culto. Elas tem necessidade de mostrar para a comunidade o quanto gostam e que gostam mais que outras poucas pessoas que também gostam, só porque esse gosto é algo raro em tal região.
Infelizmente ou felizmente, desapontamos o rapaz. Nós sabíamos. Ele deve ter aprendido a não subestimar as preferências musicais das pessoas, independentemente do local que esteja. Admito que é tentador fazer isso em meio a tanta música ruim nos dias de hoje, mas isso não é atitude de um fã de Engenheiros do Hawaii.

Politicagem nos Jogos Olímpicos



            Quem nunca se perguntou: Esse esporte é olímpico e aquele não? Pois é, lendo a revista Superinteressante encontrei a resposta que me deixou intrigado. Ela se resume na palavra “política”.
            Sete anos antes de cada edição dos jogos, os 115 membros do Comitê Olímpico Internacional se reúnem para votar pela inclusão e exclusão de esportes, embora tenha aqueles que nunca estiveram fora dos Jogos Olímpicos. O limite é de 28 esportes por olimpíada, por isso muitos ficam de fora.
            Para se candidatar a uma vaga, o esporte deve ter uma federação internacional reconhecida pelo Comitê, passar pelos critérios e, muitas vezes, submeter-se aos interesses e subjetividade da cúpula organizadora. Olimpíadas é audiência, ou seja, quanto mais popularidade o esporte tiver, mais dinheiro proporcionará e mais chances terá de ser incluso.
As regras do Comitê Olímpico Internacional podem mudar a cada edição por pressões políticas, dificuldades técnicas nas cidades sede e influência do marketing esportivo. Geralmente, as escolhas são baseadas na análise das condições de hospedagem de atletas, comitês nacionais e profissionais de imprensa; da história olímpica do esporte; de sua universalidade; de sua ética e trabalho no combate ao doping e de sua visibilidade.
Entretanto, o pentatlo moderno não é popular nem tem potencial de marketing, mas sua organização tem baixo custo e ele foi inventado pelo barão de Coubertin, o pai das olimpíadas modernas. Esse status lhe fez ser inserido em várias edições do evento esportivo.
Os esportes que mais tentam e merecem estar nos jogos são baisebol, skatismo, automobilismo, futebol americano, sinuca, patinação, escalada, caratê e, principalmente, o surfe. Esse esporte nunca conseguiu participar das olimpíadas por necessitar da existência de mar com boas ondas nas cidades sede, apesar de já haver alternativas para isso com as piscinas de onda.
Pelo fato de esporte ser emoção, superação e disputa, ele deveria ser espontâneo. Contudo, a despeito de não acabarem com sua essência, há coisas que o difama. O que mais há é o uso do esporte como apelo e demonstração política, como a atitude da Coreia do Norte de mostrar para seu povo apenas os jogos vencidos; os grandes investimentos em países sede apenas em época de olimpíadas, para expor o “desenvolvimento”; a luta constante de China e EUA pela liderança em olimpíadas para manifestar a detenção da supremacia política, econômica e social para o mundo.
Apesar de tudo, esporte é sempre apaixonante e essas questões ficam nos bastidores. Logo, é viável discutir e se interar do assunto para mostrar que o que há é a falta de esforço pra inserir esportes muito interessantes e bastante conhecidos nas olimpíadas, atendendo, dessa forma, aos gostos dos admiradores de esportes e não a interesses de organizadores.