Há alguns séculos tínhamos
casos extremos de exploração nas relações de trabalho, como a escravidão. O tempo passou e chegarmos em 1930, quando Getúlio Vargas iniciou os sindicatos,
leis trabalhistas e proteção aos trabalhadores que até então eram totalmente
inexpressivos. Porém, ainda assim havia resquícios de fábricas que exploravam
os trabalhadores.
Atualmente, o acesso a informações
está mais fácil, as pessoas estão mais instruídas e, principalmente, buscam saber
das leis que protejam seus interesses. O fato é que algumas leis trabalhistas são
falhas e proporcionam comodismo às pessoas. Isso me faz pensar que a situação se
inverteu: hoje há muitos empregados que agem de má fé com os empregadores.
O processo de desenvolvimento
do Brasil traz com ele pessoas mais preguiçosas, justamente por encontrarem
melhores condições de trabalho. Os empregadores tem dificuldades de contratar e
gerir pessoas, mesmo aumentando a oferta de salários e embasando em qualquer
teoria de recursos humanos funcional e comportamental.
O que se percebe é que com
as coisas mais fáceis, o desenvolvimento, o status, a mobilidade social, a
distribuição de renda e as oportunidades, as pessoas almejam sucesso e tem
perspectiva, e isso é bom. O ruim é que me parece que muitos não estão dispostos
a buscar o além, passar por dificuldades e encarar desafios. Não entendem que
se deve começar do inicio, por baixo, tirando de onde passa o máximo de
aprendizado para crescer. Poucos se abdicam ou submetem a algo.
Quantas vezes eu já percebi
que o trabalho só existe em troca de salário para algumas pessoas, e que elas ainda
culpam o empregador por não ter políticas que as motivem. A motivação quase
sempre vem de dentro, da vontade de aprender e prosperar, da ciência de que o
maior beneficiado do emprego pode ser o empregado.
Digo isso porque, no
contexto econômico atual, quem tem essa postura se deslancha profissionalmente
rapidinho. Há quem diga que o índice de desemprego é alto, ele é alto para
pessoas desqualificadas e estagnadas, mas para quem busca capacitação, há excesso
de vagas de emprego.
Creio que o perfil dos
trabalhadores e dificuldade de mão de obra qualificada é inerente à posição de
país emergente que o Brasil se encaixa. Estamos em meio à transição, onde ainda
não importamos imigrantes que venham fazer os trabalhos menos reconhecidos e
ignorados - assim como os EUA faziam há 15 anos; e também há falta de
trabalhadores capazes de exercer cargos altos. Por consequência, vejo pessoas
que não querem o primeiro e não conseguem o segundo. Assim, há um vazio de mão
de obra em alguns ramos e portes empresariais, assim como em algumas classes
trabalhistas.
Por fim, não estou falando
que patrões exploram e empregados são submissos, muito menos que os empregados
são indolentes e os chefes prejudicados. Estou falando que deveria ter uma
pré-disposição das partes para o crescimento pessoal, profissional e nacional,
visando o bem comum e a melhor resolução das questões trabalhistas, e não o apego
a interesses próprios.
“É triste pensar que as próprias pessoas me fazem acreditar que o tratamento certo no meio empresarial é o impessoal”
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