3 de dezembro de 2013

Vieses da Economia

A economia parece ser uma ciência pautada em dois lados distintos, onde boas ações de um lado podem gerar impactos negativos do outro, e vice-versa. Por exemplo, inflação e emprego andam juntos, logo, o pleno emprego pode causar alta inflação. Isso é cruel! Por isso que o equilíbrio é a melhor saída para as questões econômicas, é o que chamamos de estabilidade.
O Brasil cresce economicamente, mas ainda não é o que esperamos e o que podemos. Mas parece que há uma forte questão cultural e educacional que freia o desenvolvimento, que é outra via de mão dupla. Se há mais instrução, alfabetização, tecnológica, temos maior desenvolvimento; mas é justamente o desenvolvimento um dos fatores que proporciona isso ao país. É um dos motivos de crescermos mais do que desenvolvemos.
Segundo a Super Interessante, O Brasil tem muitos números de país pobre, sonega 280 bilhões de dólares ao ano, gasta no congresso 4,4 bilhões de dólares, e muito mais é perdido em corrupção. Os impostos proporcionais à renda são menores que em outros países. Se fosse diferente, poderíamos arrecadar mais, pois o governo cobraria mais do rico e menos do pobre (Ex: IR), ao invés do “inverso” (Ex: ICMS).
Aqui entra outra questão sistemática. Nossa carga tributária é uma das mais altas do mundo. Mas por que isso? Andei pensando na resposta: o imposto é alto porque ninguém paga. Porém, ninguém paga porque o imposto é alto. E ninguém vai começar a pagar com a esperança de diminuir, e o governo não vai diminuir com a esperança do povo pagar. Além do fator imposto, o PIB é pouco e ainda tem que ser dividido para quase 200 milhões de habitantes. Dito isso, os impostos podem ser altos, mas não dão para muita coisa, pois o PIB é pequeno e a população é grande, por isso sobra pouco para investir em serviço proporcional a cada cidadão.
Diante desse contexto, os governantes ainda insistem no aumento de carga tributária, como a tentativa em São Paulo de aumento absurdo do IPTU (35%) e agora a proposta de regulamentação dos vendedores ambulantes que, é claro, não tem apenas cunho social. Parece-me uma tentativa desesperada de se financiar. Mas a questão não é ter muito dinheiro, mas gastar proporcional ao que tem, empregar melhor os recursos; melhor que isso, é gastar com aquilo que vai te trazer mais dinheiro: investimento. E nisso o Brasil peca em comparação à China, EUA, Alemanha, dentre outros.
Na minha mera opinião a postura econômica do Brasil tem que mudar, as políticas expansionistas devem dar mais espaço às políticas restritivas, como a contenção de gastos públicos, desestímulo ao consumo e aumento da taxa de juros, para conter um pouco esse caos capitalista em que a sociedade se transformou. Mas fala isso para um 'tal' indivíduo para ver se ele vai tirar o PT do poder. Nunca!
Por fim, entramos na última questão que quero colocar: isso tudo tem uma justificativa histórica. Temos grande herança de coronelismo, clientelismo, corrupção. Nossas maiores conquistas foram, no mínimo, “inusitadas, conturbadas ou apadrinhadas”. Seguimos voltados aos interesses individuais e, agora, até difusos, mas ainda pouco no que diz respeito a anseios para a nação como um todo. Temos apenas 30 anos de democracia efetiva, por isso digo que é difícil para cada cidadão mudar sua postura pelo bem maior. Mas também penso que sou muito afoito, pois uma grande mudança requer tempo. O importante é que demos a partida, um dia chegaremos lá.

Um comentário:

  1. Para qualquer sucesso econômico ou social é preciso um líder para guiar, controlar ou regulamentar. Essa é, entre outras,
    a semelhança entre Hitler e Napoleão. Países governados por esses que tiveram grande crescimento em épocas desacreditadas e conturbadas. Se a esfera política é uma reflexão do cidadão em geral, de onde deve surgir o início da mudança?
    Grande abraço! Sou seu fã.

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