Acadêmico de Relações Internacionais
22 anos
O que essa sociedade pós-moderna e suas nuances não teria
a ensinar aos antigos românticos, que tinham lá seus vãos sentimentos líricos,
subjetivos, fantasiosos. Devaneio, diria, renegar essa facilidade, comodidade, por
fim, estamos cada vez mais próximos. Ah, como esse criticísmo é tão limitador!
O ser humano e suas maneiras infantis de circunscrever e tanger realidades,
tolos e infames! Por que não se pode relativizar mais as coisas? Veja, pois, os
pós-estruturalistas.
A palavra ordinal
é desconstrução! “Dada”, cavalo de
pau, dadaísmo, verossimilhança que não há. Como é belo e intrigante o nonsense, de tão apolítico, a falta de sense é político; o movimento se reverte
e a falta de ação ou inação prediz ação. Exóticos e extravagantes são esses
costumes antigos, passados de pais para filhos, onde sentar-se a mesa
pressuporia reunião familiar.
E então, “até quando você vai ficar levando porrada,
até quando você vai ficar sem fazer nada?”
Urgência de sentido e de relação obrigatória entre coisas
é “Old” e a onda é ser “very cool”. Aqui, não existe uma
padronização, ou seja, uma arte institucionalizada. Valorize o absurdo, o
irreverente, entretanto, roga-se que não se esqueça do sense. Ainda uma arte que se prediz sem sentido, a priori, é, em primeira e última instância,
imbuída de valores. Não se deixe ludibriar pela indolor justificativa da
inocência. Prenunciavam os realistas que a ingenuidade pode dar causa a diversos
problemas. A inocência do desprezo de votos, do “carpe diem”, de que a vida é passageira, e que não deixemos nada
para semana que vem, pois semana que vem pode nem chegar, é nociva quando figurada
de forma banal por uma sociedade acrítica e paupérrima. O relativismo e suas
entranhas tem sua perversidade se alimentando do mesmo caule, são os frutos
infrutíferos; carrega em si o próprio germe, afinal, qualquer um que predispõe
de um mínimo de sabedoria chegará conclusão que até o imperativo, per se, é relativo.
Já dizia Slavoj Žižek aos acampados do Zuccotti Park: “Não se apaixonem por vocês mesmos.
Passamos um bom momento aqui, mas, lembrem-se, os carnavais não custam caro. O
que conta é o dia seguinte, quando precisamos retomar nossa vida normal. E é
quando nos perguntamos: alguma coisa mudou?”
A questão reside muito menos em depreciar a desconstrução
de valores, descredibilizar o esforço em destituir uma ordem vigente, ou o
movimento político, sócio e cultural, do que impugnar a crítica
descompromissada de alguns formadores de opinião, ou em último juízo de seus fiéis
seguidores. Diria Thomas Frank, autor
norte americano, “Quando a teoria torna a prática delirante”.
“Tão próximos que parecemos longe, mérde”
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