1 de fevereiro de 2013

Repúdio ao Facebook


Muitas pessoas me perguntam: por que você não tem facebook? Vou lhes contar.
Acredito que o facebook oferece vários benefícios e foi uma revolução na internet. Se não fosse assim, Mark Zuckerberg não seria um jovem milionário.
É inegável a aproximação de pessoas distantes; a rápida troca de informações; a oportunidade de conhecer novas pessoas e fazer contatos importantes; o meio de divulgação de um trabalho; o recurso de disseminação de um movimento ou protesto; dentre outros.
Entretanto, penso que poucas pessoas em uma minoria de vezes tratam de assuntos interessantes. As maiores intenções são divulgar festas, falar de amores, discutir relacionamentos e especular a vida alheia. As pessoas não 'sabem' usar, elas até viciam.
O facebook ajuda a formar uma geração mais consciente, uma vez que se comentam muito as ações certas e condenam as erradas no que se refere aos acontecimentos diários. Porém, essa mesma geração me parece ser mais hipócrita, pois grande parte das pessoas não age de acordo com suas postagens quando desligam o computador.
Além disso, a coerência entre pensar/ser e expor o que pensa/é depende de habilidades de comunicação, redação, diálogo. Isso se torna muito mais difícil via internet. E então as pessoas não fazem corretamente e o resultado são fotos diferentes do que se é realmente; conversas diferentes do que seria frente a frente; expressões que não se diz pessoalmente.
É mais forma do que conteúdo. É uma mentira. Há muitas frases amigáveis, mas crítica e inveja por trás. Grande parte dos amigos adicionados nem são amigos, são conhecidos. Você é o que quer mostrar ser e não o que verdadeiramente é. Uma pessoa diz está feliz, mas está chorando; outra coloca uma “carinha” de alegre, mas está triste. Aumentam... Inventam...
Eu vou deixar de viver a realidade para viver essa mentira? “Bobeira é não viver a realidade”, como diria Cazuza. Bobeira é não fazer um esforço para encontrar as pessoas que gosta; bobeira é não dar risada das gargalhadas dos outros. Facebook é frases prontas, falso moralismo, modinhas, montagens. Ele é figura e texto; não voz e expressão. Não tenho paciência para isso e a falta de essência do relacionamento na rede social me incomoda.
Não sou menos informado do que quem tem facebook, visto que uso esse tempo para ler revistas ou livros, assistir filmes, praticar esporte ou encontrar os amigos. Também não acho que estou menos próximo das pessoas porque não tenho facebook. De falsidade o mundo real já está cheio.
Contudo, eis que surge um cidadão e me chama de “anti-social”. Pelo contrário, eu que talvez esteja bem socializado. Busco sugar da internet o que ela me oferece de melhor; não usar algo porque todo mundo usa. O facebook deveria contribuir com a comunicação, mas ele está acabando com ela.
Enfim, é por tudo isso que não tenho facebook. Deixo claro que talvez um dia os pontos positivos sejam maiores que os negativos e eu resolva entrar no mundo do facebook. Ou eu apenas ache necessário ter um perfil. Afinal, o tempo passa e as coisas mudam. Mas, atualmente, não tenho o mínimo interesse de ter e nenhuma falta de não ter.
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14 comentários:

  1. entendo seu ponto, e gosto de facebook. essas transformações são de cada tempo, não da pra ficar brigando com elas. : D

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  2. Mas dá pra questioná-las, analisá-las. Só não dá pra seguir as transformações porque o tempo te impõe.

    Nem toda evolução é benéfica, acho apenas que temos que saber disso. Mas também entendo que você gosta!

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  3. "Ele é figura e texto; não voz e expressão." Esta frase resumiu bem! A partir dela cada um pode tirar suas próprias conclusões. Bom texto! E parabéns pela forma prevenida de fechá-lo, afinal, sabemos que a única constante é a mudança! (hehehe) Abraço pequeno Liko!

    Felipe Araújo (Vulgo Floku's)

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  4. kkk... Essa frase eu vou levar para sempre.
    Ela desarma qualquer julgamento no futuro, né!?

    Valeu, meu querido.

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  5. Curti, Cabeçudo. O que ocorre, é bem isso mesmo. Mas uso e não deixarei de usar por causa do seu texto (não acho que era a sua intenção)

    Beijo na nádega direita. Marcelo Fortes Vilas Boas ou vulgo Precata Grande

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  6. E ai Sinval, gostei da frase "É mais forma do que conteúdo".De fato, vivemos no mundo do materialismo exacerbado, "a pessoa vale o que tem", expor essa forma então é fundamental para alguns.Acredito que tenha algo de bom nas redes sociais, mas a vida não é lá, ela acontece aqui, no mundo real, algumas pessoas tem confundido isso.Abraço Sinvuka, continue com seus "insights" e contribua para inquietar pessoas......

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  7. Na verdade o problema não é a rede social.Sim algumas pessoas que as usam, criam formas fictícias na "Sanitária" e pq não criariam no mundo virtual? Sabendo utilizar acredito que tenha seus benefícios ... abraços....

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. curti e curti muito meu querido.
    Cada palavra q eu li aqui me fez lembrar de uma pessoa, de uma atitude, de uma foto, de um banal comentário, de meu olhar extremamente crítico para algumas coisas q se passam pelo face,e q por respeito nao me cabe comentar. E tenho as mesmas angústias, embora eu faça parte dessa rede. ja ganhei vale descontos em cursos, em lojas de chocolate... kkkkk (sei do interesse q existe nas partes)
    vc me fez lembrar das discussões no meu curso de redação sobre facebook, e vc resumiu tudo, muito melhor do que eu sobre a "função" dessa rede na atualidade. E nao é atoa q o próprio mark criticou o mau uso que fazem os brasileiros do site.
    beijoossss

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  10. Eh, este texto do meu blog foi o que mais teve comentários. A discussão é instigante.

    Agradeço às três últimas pessoas que comentaram. Vocês tornaram o texto muito mais interessante.

    - Risos para Marcelo. --'
    - Parabéns pelo complemento de Igão.
    - E, Manu, leve meu texto para sala de aula e obrigado por me seguir. Hehe

    Abraço a todos.

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  11. Parabéns Likinho, fiquei sabendo de seu blog e resolvi dar uma olhada, o que você descreve sobre o facebook é a pura realidade nos tempos de hoje, só discordo em um ponto " Deixo claro que talvez um dia os pontos positivos sejam maiores que os negativos e eu resolva entrar no mundo do facebook." Acredito que se já esta vulgar agora com o tempo só piora, essa vulgaridade de hoje ainda serve de incentivo para futuros tolos. É como você diz há exceções algumas pessoas usam o facebook de uma maneira criativa e não se esconde atrás de um perfil, enfim esse meu comentário é baseado na experiência que tive com ele...
    Abraço

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  12. lembrei de vc num texto que acabei de ler
    leia voce tb , depois.
    http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/al-gore-tim-berners-lee-internet-web-cidadania-campus-party-616315.shtml
    INTERNET COMO ESTIMULO A CIDADANIA

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  13. Pequeno grande Liko,
    assim como você, o Facebook ainda não me seduziu. E se não seduziu até hoje, provavelmente, não o fará mais. Às vezes penso que sou um preguiçoso tecnológico. Esse certamente foi o primeiro motivo. Mas tem um pouco também de minha incorrigível mania de criticar, de resistir em remar junto. Sinto-me um pouco Nelson Rodrigues ao questionar a 'inteligência' por trás da unanimidade. Não me considero superior por isso. Apenas sou assim. E isso nem sempre é bom. E nos faz excluídos muitas vezes. Mas também não sofro por isso. Um dia, comprando queijo na feira, conversando com os feirantes a respeito do Facebook (não me peça para chamar de Face... aí também já é demais! kkkk) afirmei, como você, no início de seu texto, que sua grande vantagem é a aproximação das pessoas. Uma das feirantes - a mais jovem - interrompendo momentaneamente o atendimento a outro freguês, se dirigiu a mim dizendo: -Aproxima quem está longe; distancia quem está perto. Essas frase não consigo esquecer. A substituição do real pelo virtual talvez seja o maior problema dos nossos novos tempos! Parabéns pelo texto. Grande abraço! Roberto - Brasilia (DF)

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