Após uma eleição extremamente disputada
e com acusações, ofensas e ataques distribuídos por ambas as partes sem
escrúpulos, parecemos viver o mesmo jogo político de sempre: oposição buscando
o que criticar e governo defendendo suas medidas, independentemente do que está
sendo criticado e defendido, respectivamente.
Até aqui tudo bem, esta é a Democracia. O
interessante, pelo que tenho percebido, é que no contexto atual a oposição
levanta a voz contra medidas as quais têm exatamente o perfil direitista que
seria implementado caso fosse eleita; e o governo toma decisões as quais
discordou duramente na campanha eleitoral, aceitando, finalmente, que algo
realmente estava destoante.
Os que votaram em Aécio continuam
insatisfeitos querendo promover Impeachment
e algumas reivindicações sem fundamentos sólidos, o que parece uma birra de criança quando
não ganha o doce. Estes deveriam estar contentes, pois muitas das medidas desse
novo governo são de cunho Psdbista. E os
que votaram em Dilma ainda a apoiam firmemente mesmo sabendo – ou não – que suas
ações são contrárias a muitas coisas que foram prometidas e, principalmente,
defendidas.
Creio que o personagem principal, promotor das
atitudes contrárias aos discursos convincentes das eleições, é o Ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, tendo como motivação o medo Petista de quase ter perdido
o confronto. Ele, e os trabalhos que lhe deram o famigerado apelido “mãos de
tesoura”, comprovam que o governo assumiu, pelo menos nas atitudes, que a forma
de governar estava frouxa demais.
No âmbito econômico, tínhamos como exemplo o
discurso de Aécio em prol da organização das contas públicas, baixa da
inflação, e potencialização da indústria; e o de Dilma no sentido de que a
inflação estava controlada, que a crise era internacional, e que haveria manutenção
dos incentivos econômicos individuais. Hoje, as medidas de Dilma são para
conter a inflação e as críticas da oposição são contra tais medidas, tão
defendidas – obscuramente, é claro – outrora. Pura contradição! Tudo para
ganhar apoio do povo em seus novos discursos firmes.
Vou citar algumas medidas impopulares do
governo que são paradoxalmente criticadas pela oposição: limites de vagas e
nota mínima para os estudantes conseguirem o FIES; aumento do tempo de carteira
assinada para a liberação do Seguro Desemprego; aumento da taxa de juros para
incentivo à compra de títulos públicos; desvalorização cambial; retomada do
interesse em negociações com os EUA no setor de Comércio; aumento de impostos,
como o IOF, para redução da demanda agregada. Ou seja, tentativas de moralização
do uso dos recursos públicos pela população e políticas econômicas
contracionistas, para diminuir o consumo e, a longo prazo, a inflação.
A Mídia, que adora criticar o PT, apenas
coloca que estudantes estão perdendo suas bolsas; trabalhadores podem ficar sem
recursos quando desempregados; e a alta do dólar diminui a indústria do
turismo. Mas não dizem que isso beneficia os que realmente querem estudar, os
que de fato usam o seguro desemprego como uma renda provisória, e os
empresários que exportam e, dessa forma, geram milhares de empregos.
Nós
sofremos com muitas medidas, principalmente no que diz respeito aos impostos, uma
vez que já são altos; mas, infelizmente, precisamos desse choque. A torneira
estava aberta demais, e a água começou a faltar (literalmente). A minha
reclamação é que o governo, mesmo com a atual postura, tem ainda preferido o
aumento da arrecadação em detrimento do corte de gastos. Porém, é visível que está
fazendo um pouco dos dois, embora não seja suficiente nem na intensidade
necessária, o que teria alto custo político e um impacto tremendo na população.
O que muitos não entendem é que o corte de custos diminui a necessidade de ter
dinheiro para suprí-los e, portanto, a conta da dinheirama desperdiçada que é
paga pelo povo fica menor.
Enfim, os altos gritos de Aécio no Congresso
Nacional soam heroicos, mas os informados e também os manipuladores direitistas
sabem que isso é proveito do fato de não ser ele o implementador das políticas
atuais. Já a Dilma continua ouvindo vaias porque deveria ter tomado posturas severas
antes, na visão dos informados; e sofrendo com o levante anti-PT pela falta de
carisma e, agora, para piorar, ações elitistas, na visão dos manipuladores
esquerdistas.
> Após uma eleição extremamente disputada e com acusações, ofensas e ataques distribuídos por ambas as partes sem escrúpulos, parecemos viver o mesmo jogo político de sempre: oposição buscando o que criticar e governo defendendo suas medidas, independentemente do que está sendo criticado e defendido, respectivamente.
ResponderExcluirJá começo discordando do seu texto, Sinval. hehehe
As técnicas da guerra política usadas pelo João Santana, embora já tenham sido empregadas pelo Joseph Goebbels na 2ª guerra mundial, são interessantes de serem aprendidas. Vale a pena procurar pelos 11 princípios usados (se quiser, te mando depois). Mas o problema não está nas técnicas em si, e sim no conteúdo delas. Como o PT não possuía tantos fatos para mostrar para a população, muitos dados foram modificados maliciosamente ao longo desse tempo, o João Santana apelou para os ataques pessoais. Empregou as técnicas nazistas de propaganda junto com outras técnicas do Saul Alinsky. Resultado: sagrou-se campeão. O PT sabe lutar essa guerra política nas eleições muito bem, algo completamente diferente do PSDB (Partido Só De Bundões), que procurou só se defender não atacou durante as eleições; basta ver a propaganda política no início do 2° turno. E na guerra política é assim: quem ataca mais, ganha. É fato! =)
Se quiser saber mais sobre a análise política das eleições, peço que procure por Luciano Ayan no Google. Também seria interessante se você lesse A guerra política, de David Horowitz. Para quem curte política, esse livro é indispensável (está na minha lista para lido =).
> Até aqui tudo bem, esta é a Democracia. O interessante, pelo que tenho percebido, é que no contexto atual a oposição levanta a voz contra medidas as quais têm exatamente o perfil direitista que seria implementado caso fosse eleita; e o governo toma decisões as quais discordou duramente na campanha eleitoral, aceitando, finalmente, que algo realmente estava destoante.
ResponderExcluirPerfil direitista? Por que raios você acha que o PSDB é de direita? Essa é uma falácia das maiores, cara. Provar-te-ei isto. =D
A social-democracia é um regime de esquerda que usa o socialismo fabiano. Eles usam Keynes e intervenção na economia de cima abaixo. Já a direita, por outro lado, quer um estado menor, liberdade econômica, direito à propriedade; usa-se, também, alguma forma de conservadorismo para se pensar na mudança (algo diferente do que é realizado pelos progressistas, que procuram sempre mudar sem antes avaliar se a mudança trará benefícios ou não para população - ex.: Estatuto do Desarmamento, uma lei que fracassou completamente). Leia Oakeshott, João Pereira Coutinho, Burke, David Horowitz, Sowell, enfim, existem centenas de nomes de autores de direita.
Mas se você ainda não concordar comigo, peço que veja o seguinte. Procure por Xico Graziniano do PSDB no Facebook e veja o que ele disse sobre o PSDB ser de esquerda. Procure uma frase do Aécio falando que ele nunca irá para a direita. Procure na época da PLN36, o Domingos Sávio (PSDB), daqui de Minas, dizendo que o PT estava mais para a direita. Procure um vídeo no youtube do Lula admitindo que nas eleições de 2000 e alguma coisa só tinham partidos de esquerda. Procure por um vídeo do Danilo Gentili entrevistando Zé Dirceu, José Serra e outros, e eles admitindo a esquerdice do PSDB. São muitas provas! Procure também pela criação do PSDB. Ele nasceu como uma dissidência do PMDB em 1988 (o PMDB era, naquela época, de centro-direita; hoje em dia, é uma putaria do caramba - o Cunha tem um perfil mais conservador, embora não se possa dizer ser de direita de verdade; já o Renan Calheiros... bem, não precisa muito dizer de que lado ele é hehehe).
Por fim, social-democrata não é de direita. Você não pode relativizar o espectro político. Tome consciência disso, pois é algo que vários partidos de esquerda costumam fazer para tornar o PT um partido mais, digamos, moderado. O PSOL, testa de ferro do PT, sempre faz isso. Para o PCO, por exemplo, todos são direita. Isso é bizarro; o espectro político não pode ser relativizado. Pegue o diagrama de Nolan e o leve em consideração; faça o teste e verifique onde você se encontra nele. E a realidade aqui é esta: no Brasil, partido de direita não existe, existem uns poucos políticos de direita, como Caiado (direita moderada) e Bolsonaro (que eu colocaria mais na extrema direita, embora eu prefira alguém da extrema direita - que garanta o direito à propriedade pelo menos, mesmo sendo estatista - a alguém da extrema esquerda, como um comunista).
> Os que votaram em Aécio continuam insatisfeitos querendo promover Impeachment e manifestações sem fundamentos,
ResponderExcluirSem fundamentos? Ora, você joga toda a análise do Ives Gandra no lixo:
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/02/1584267-ives-gandra-da-silva-martins-a-hipotese-de-culpa-para-o-impeachment.shtml
Durante o regime militar, a esquerda costumava dizer que os generais sabiam aquilo que acontecia no Doi-Codi (ainda dizem). Agora pergunto: Dilma e Lula não sabiam do que ocorria no Mensalão e Petrolão? Convenhamos. Também podemos discutir sobre a segurança do software das urnas eletrônicas, contabilização secreta de votos, EUA entrando de cabeça contra a Smartmatic, e por aí vai. É uma birra de adolescente de 15 anos não admitir que existem inúmeros fatos. =)
> Estes deveriam estar contentes, pois muitas das medidas desse novo governo são de cunho Psdbista.
ResponderExcluirEu te garanto que a maioria que votou no Aécio não votou por ser tucano, mas sim por ver no Aécio algo menor do que na Dilma; estes que votaram no Aécio por não serem tucanos são liberais e conservadores de direita. Aécio é infinitamente menos pior que a Dilma, basta acessar o site do Foro de São Paulo e verificar os partidos que estão por lá; basta perceber o discurso do Maduro e da Kishner pós-eleições sobre a Grande Pátria. E antes que diga que isso é teoria da conspiração, procure estudar e verificar antes os fatos, para não pagar de bobo. hehehe
> Creio que o personagem principal, promotor das atitudes contrárias aos discursos convincentes das eleições, é o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tendo como motivação o medo Petista de quase ter perdido o confronto. Ele, e os trabalhos que lhe deram o famigerado apelido “mãos de tesoura”, comprovam que o governo assumiu, pelo menos nas atitudes, que a forma de governar estava frouxa demais.
ResponderExcluirClaro, em 2014 o governo federal gastou mais do que arrecadou. A Dilma usou a PLN36 para passar por cima da LDO; para isso, empregou um decreto ou medida provisória, não me lembro agora, na qual a aprovação estava condicionada[o] à aprovação da PLN36. Descalabro com dinheiro público. Agora, em 2015, aumentaram a taxa SELIC e também os impostos. Mas a recessão, de acordo com Hayek na teoria dos ciclos econômicos, é inevitável; ela já veio.
> No âmbito econômico, tínhamos como exemplo o discurso de Aécio em prol da organização das contas públicas, baixa da inflação, e potencialização da indústria; e o de Dilma no sentido de que a inflação estava controlada, que a crise era internacional, e que haveria manutenção dos incentivos econômicos individuais. Hoje, as medidas de Dilma são para conter a inflação e as críticas da oposição são contra tais medidas, tão defendidas – obscuramente, é claro – outrora. Pura contradição! Tudo para ganhar apoio do povo em seus novos discursos firmes.
ResponderExcluirDiscursos firmes? João Santana só consegue fazer "milagres" durante as eleições, meu amigo. Mas se a Dilma falar sem a ajuda dele, vira um NADA, zero à ESQUERDA (sacou o trocadilho? hehehe). O discurso dela é populista. Nas palavras de Gloria Alvarez: "o populismo é o atalho pelo qual jogamos com paixões, ilusões e ideais do povo para prometer o impossível, aproveitando-se da miséria das pessoas, deixando de fora, absolutamente, toda a razão e a lógica, na tomada de decisões. Joga com a necessidade, para simplesmente impor uma ditadura. O Populismo ama tanto os pobres, que os multiplica, porque o que busca é essa multiplicação de miséria, para seguir recebendo um voto, através de qualquer objeto material, que naquele momento, as pessoas precisem."
Se quiser ver o discurso da Gloria Alvarez: https://www.youtube.com/watch?v=8rLhmRMRNOw
> Vou citar algumas medidas impopulares do governo que são paradoxalmente criticadas pela oposição: limites de vagas e nota mínima para os estudantes conseguirem o FIES; aumento do tempo de carteira assinada para a liberação do Seguro Desemprego; aumento da taxa de juros para incentivo à compra de títulos públicos; desvalorização cambial; retomada do interesse em negociações com os EUA no setor de Comércio; aumento de impostos, como o IOF, para redução da demanda agregada. Ou seja, tentativas de moralização do uso dos recursos públicos pela população e políticas econômicas contracionistas, para diminuir o consumo e, a longo prazo, a inflação.
ResponderExcluirSão medidas que só irão piorar a situação. Impostos altos não trarão aumento do PIB. O governo também não pode mais conceder créditos, ocorreu um aumento de mais de 500% ao longo de todos esses anos de governo PTista; isso criou uma falsa impressão de crescimento econômico. Procure depois pela teoria de ciclos econômicos de Hayek, você verá o problema da concessão de créditos.
> A Mídia, que adora criticar o PT,
ResponderExcluirPara! Como é que é?! Que mídia adora criticar a Dilma? Esse discurso é típico de blog esquerdista; não faça isso. Você segue Carta Capital, Carta Maior, Ópera Mundi, Diário do Centro do Mundo, Blog do Sakamoto, Conversa Fiada, Brasil 247, Socialista Morena? Pois pare de seguir, são todos blogs patrocinados com dinheiro do imposto do contribuinte para falar mal do povo. Todos eles agem em conjunto para promover alguma notícia pró-governo; usam o Principio da verossimilhança de Joseph Goebbels. E a Globo, que você provavelmente acha "golpista", recebe mais de 1 BILHÃO do governo por ano; procure por alguma notícia do Jornal Nacional das manifestações que ocorreram no final do ano passado, nas quais foram mais de 30 mil pessoas às ruas. Agora procure pela manifestação de ontem do grupo terrorista chamado MST, da CUT e de outros, o Jornal Nacional só faltou soltar corações durante a reportagem. Uma piada.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir> apenas coloca que estudantes estão perdendo suas bolsas; trabalhadores podem ficar sem recursos quando desempregados; e a alta do dólar diminui a indústria do turismo. Mas não dizem que isso beneficia os que realmente querem estudar, os que de fato usam o seguro desemprego como uma renda provisória, e os empresários que exportam e, dessa forma, geram milhares de empregos.
ResponderExcluirNão entendi. Como o aumento de impostos, aumento da taxa SELIC, aumento do dólar pode auxiliar estudantes, trabalhadores e empregadores? Não, não ajuda NADA. Z-E-R-O. Aliás, empresários e pessoas mais ricas estão saindo do país, não há como permanecer num país que beira o caos, onde não há transparência e perspectiva futura para investidores. Pior ainda, agora resolveram seguir a m!@#$ de uma ideia de um neo-marxista, chamado Pikaretty (que por incrível que pareça, disse no Roda Viva acreditar no capitalismo), que acha certo taxar mais ainda grandes fortunas. São fatos, Sinval, basta ver o que acontece com as ações da Petrobras.
> Nós sofremos com muitas medidas, principalmente no que diz respeito aos impostos, uma vez que já são altos; mas, infelizmente, precisamos desse choque.
ResponderExcluirNão, não precisamos. O governo precisa cortar gastos, o que significa reduzir o número de ministérios, PELO MENOS; reduzir o salário dos parlamentares, e por aí vai. Impostos não ajudarão a economia. Procure por artigos do Instituto von Mises e veja se isso será bom para o país.
> A torneira estava aberta demais, e a água começou a faltar (literalmente). A minha reclamação é que o governo, mesmo com a atual postura, tem ainda preferido o aumento da arrecadação em detrimento do corte de gastos.
Ah, aí eu concordo. =)
> Porém, é visível que está fazendo um pouco dos dois,
Agora discordo. Os discursos populistas mostram exatamente o contrário. Quantos ministérios foram reduzidos, Sinval?
> Enfim, os altos gritos de Aécio no Congresso Nacional soam heroicos, mas os informados e também os manipuladores direitistas sabem que isso é proveito do fato de não ser ele o implementador das políticas atuais.
ResponderExcluirManipuladores direitistas? Minha nossa, isso saiu de onde? Hahaha! PSDB não é oposição a coisa alguma, cara. Prefira os discursos do Caiado ou até mesmo do Bolsonaro. Se o Caiado candidatar-se a presidente, ele tem o meu voto com certeza. Até mesmo o Bolsonaro, pois eu prefiro o Brasil nas mãos dele a ficar nas mãos de uma Luciana Genro, esta que é similar a um Syriza da vida. Obs.: PSOL é um partido lixo! Como numa mesma sigla de partido pode haver socialismo e liberdade?! Duplipensar puro, George Orwell estaria feliz de ver que ele previu certo na sua obra 1984.
> Já a Dilma continua ouvindo vaias porque deveria ter tomado posturas severas antes, na visão dos informados; e sofrendo com o levante anti-PT pela falta de carisma e, agora, para piorar, ações elitistas, na visão dos manipuladores esquerdistas.
ResponderExcluirAções elitistas... soa engraçado isso. O PT tem atualmente 7% de aprovação. Isso significa, então, que 93% da população virou elite da noite para o dia. É um RECORD! #ChupaEstadosUnidos #BrasilDaZelite
Eu vou postar seu texto num grupo de debates políticos que eu participo no Facebook. Depois te mando os comentários. Abraços. hehehe
Ah sim... algo que fará sua cabeça abrir ainda mais. Assista a esta palestra do Yuri Bezmenov, caso não tenha visto:
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=iK4kZSU-5Cg
ResponderExcluir>> O PSDB não atacou nas eleições? Talvez o ataque petista no segundo turno tenha sido maior, mas que ambos atacaram, isso é fato. Quando você diz “o problema não são as técnicas em si” é justamente concordando com “independentemente do que está sendo criticado e defendido, respectivamente”.
>> É fácil você pegar diversos autores que definem o que é direita e esquerda teoricamente, e diversos depoimentos de militantes e políticos dos partidos dizendo o que eles são na prática. Cara, faça a sua análise, compare o que os dois lados defendem e o que os conceitos “direita/esquerda” representam, e depois pense em qual é a direita e qual é a esquerda, embora no Brasil não haja ideologia e eles se misturem um pouco. Eu acho espetacular o Luiz Felipe Pondé nesse vídeo abaixo citando o medo dos políticos em se autointitularem direitistas no Brasil: http://videos.band.uol.com.br/programa.asp?e=noticias&v=15259534&pr=
>> O que eu quis dizer com manifestações sem fundamentos é que após 2013 surgiu uma onda de reinvindicações difusas. O povo brasileiro, para se dizer consciente, vai pra rua quando não gosta de algo sem analisar diversas outras variáveis e sem olhar para si. Existem sim inúmeros fatos, mas a gente tem que parar de atribuir tudo ao governo. Se arrocha a possibilidade do seguro desemprego, muitos que utilizam desse direito pra mamar o Estado enquanto trabalham informalmente ou se acomodam com o recurso vão reivindicar; se aumenta a gasolina, muitos caminhoneiros que são verdadeiros criminosos e imprudentes nas rodovias param completamente o trânsito; se diminui a possibilidade do FIES, muitos estudantes maconheiros que reclamam porque o programa não cobre dependência se exaltam; se um policial mata o assaltante, muitos intelectuais que nunca sofreu com a violência e por isso levantam acima de tudo a bandeira dos direitos humanos vão pedir justiça. Você, por exemplo, reclama da urna eletrônica; se fosse o sistema de papelzinhos, você, que é da área de tecnologia e computação, reclamaria também: “que coisa retrógada, a gente nesse sistema enquanto alguns países já desenvolvem urnas eletrônicas”. Contabilização secreta de votos e fraude em eleições não ocorrem só com urna eletrônica nem é impossível de ocorrer com outro sistema, pois não é a urna, são as pessoas. Mensalão e Petrolão todos nós somos unânimes, mas várias outras manifestações são pura hipocrisia, pois o atual egoísmo do brasileiro não o deixa pensar no outro. O pior é que essa falta de senso cívico, coletivo, fragiliza nossa Democracia.
>> O seu comentário sobre o parágrafo do Joaquim Levy resume muita coisa que eu disse e revela a sua birra com uma classe. Isso é normal, quase ocorreu em mim também, mas temos que enfrentar nossos instintos e ser conscientes ao ponto de assumir a realidade. Você diz “é claro, depois da bagunça nas contas em 2014 tinha que ser feito isso mesmo”; se o governo tivesse fazendo diferente, você diria “não aprenderam nada com o ano de 2014 e continua a bagunça”. Porque você quer apenas detoná-los. De fato, a crise já veio, mas quem pensa no Brasil e não em motivos para criticar com o governo – ou a oposição – há de concordar que, embora tardias e pequenas, as políticas mudaram. Se não concorda, é porque para tais pessoas vale mais que o Brasil afunda ao invés de ter um inimigo adotando políticas necessárias. Só quem conversou comigo sobre o assunto sabe o quanto fiquei indignado com a PLN36, mas tenho que admitir que o governo entrou 2015 com postura diferente.
>> Aceito sua crítica sobre o discurso firme de Dilma. Quis dá uma entonação de que eles falavam umas coisas com toda contundência e depois agiram diferente, e não que eles falam bem, apesar do Aécio discursar com firmeza.
>> Apenas Impostos altos não dão nada senão irritar a população a curto prazo, mas estão sendo tomadas várias medidas. O que me parece é que dessa vez os impostos não estão sendo aumentados para dá dinheiro ao povo em troca de nada, prova disso são as limitações nos programas que citei. O que você acha que Aécio faria para organizar a economia? O aumento de impostos reduz o consumo e aumenta a arrecadação, possibilitando o ajuste das contas. O que não pode é aumentar impostos para continuar gastando desnecessariamente. A redução da demanda prejudica os empresários, mas a redução da inflação ajuda-os, e isso, unido ao incentivo das exportações, pode alavancar o PIB. Outra coisa é que o consumo menor e impostos altos geram demissões, e isso, juntamente com a maior dificuldade para conseguir o seguro desemprego, vai gerar mão de obra barata e valorização maior do trabalho, o que beneficiará os empresários no sentido de aumentar a produção, crescendo, por fim, o PIB. O ajuste das contas pode retomar a concessão de créditos e o incentivo à indústria que tanto faltou. Enfim, numa análise profunda, o aumento dos impostos pode sim, a longo prazo, crescer o PIB, assim como pode piorar a situação. Tudo dependerá de decisões futuras. Como você mesmo disse, é um ciclo econômico. Não analise o aumento de impostos como uma medida isolada que você sabe que isso acarreta muitos outros fatores.
ResponderExcluir>> Quando citei os estudantes, trabalhadores e empregadores, fiz um paralelo com o que eu já tinha dito sobre o FIES, seguro desemprego e política cambial, respectivamente. As limitações no primeiro beneficiam sim quem tem nota alta no ENEM por exemplo, e no segundo beneficiam toda a população que não precisará pagar uma conta tão alta para manter a máfia do seguro desemprego. Por fim, o dólar alto não beneficia empresários? Mais uma vez, não analise isoladamente, há vários fatores: um dos benefícios do dólar alto é o maior fluxo de vendas nacionais para o mercado estrangeiro, já que nossa moeda fica mais barata. O país que faz isso melhor é o que mais cresce no mundo: China. E você diz que isso não ajuda os empresários e, consequentemente, o PIB? É claro que ajuda. E ah, redução de gastos não é só reduzir ministérios, por isso digo que vejo outras medidas (embora modestas) sendo tomadas. Redução dos salários dos parlamentares não é uma medida tomada pelo Executivo, mas nisso eu também concordo com você. Aliás, todo mundo concorda. É um absurdo!
>> Você entendeu errado o que eu disse no segundo período do último parágrafo. Os extremistas esquerdas (que chamei de manipuladores), como muitos trabalhadores de MST e sindicatos, estão manifestando contra o arrocho no seguro desemprego, dando a entender que o governo está beneficiando a elite. Na voz dos indignados exaltados: “é um bando de vagabundo que não quer trabalhar!”. E eu concordo! O PT tem esses 7% de aprovação, como você diz, justamente pelo que eu falei, e não porque 93% ficou rica. Agora, além de indignar a população rica (que já o era e não mudará por nada), está indignando também parte das pessoas que o apoiava devido a essas “ações elitistas”.
>> Por fim, deixei os meios de comunicação por último pra dizer que meu blog não é esquerdista, muito menos leio apenas as fontes citadas. Pelo contrário, nem conheço muitas delas. Pode ler outros textos políticos aqui que verás. Até já citei que o custo disso são dizeres (até meus) de que eu não tenho posição política definida como muitos partidos no Brasil; e talvez não tenha mesmo - o que não significa desinformação -, é que pretendo analisar as coisas como cidadão, e não como politiqueiro. A forma de você interpretar meu texto deu a entender que sou defensor do governo, nada a ver. Que isso fique claro para os outros leitores que não me conhecem. O que busquei, e busco em todos os meus textos, é mostrar um lado que percebo que poucas pessoas veem. Para mim, o extremismo é burro e a consciência vem da imparcialidade.
Urlan, tirei um dia para responder suas críticas e aprendi muito com elas. Mas, para ler os links e outras coisas que você mandou, terei que separar outro dia. Obrigado por comentar no blog. Grande abraço, e até final de Abril em BH! Hehehehe
ResponderExcluirTexto inteligente! Enxergar além do viés particular (partidarista) é de uma perspicácia que poucos têm, Sinval. Parabéns.
ResponderExcluirObrigado por ter lido e, principalmente, pelo comentário. Penso que essa é a verdadeira virtude de um povo consciente.
ExcluirPorém, só uma coisa: faltou o nome. Quem é? kkkkkkkk...
Um abraço!
Vamos dividir em dois grandes conjuntos/círculos, Sinval: o econômico e o social (da mesma forma que é feito por Nolan no seu diagrama). Em relação ao econômico, para uma visualização melhor, vamos deixar na esquerda tudo aquilo que tende para a planificação, a centralização, e para o intervencionismo estatal e o corporativismo; tudo que tende para o liberalismo, privatização, capitalismo de livre mercado, deixemos na direita.
ResponderExcluirAmbos, o PT e o PSDB, são intervencionistas, um só é mais que o outro. Sobre o PT, nem preciso citar a quantidade de ações intervencionistas no mercado. Em relação ao PSDB, vemos que o FHC não tem visão liberal: o modelo de entrada no mercado de telecomunicações e outros é por meio de concessão pública, ou seja, o método mais burocrático e custoso já inventado.
Mas vamos ampliar ainda mais. Um amigo meu do Facebook postou um site com uma excelente explicação sobre o motivo do PSDB não ser de direita:
http://direitasja.com.br/2013/04/05/fhc-psdb-e-a-diferenca-entre-a-social-democracia-e-a-direita/
Com isso, acredito que não será possível você permanecer na mesma posição, dizendo que o PSDB é de direita, quando não é. Tire um bom tempo pois são várias informações. hehehe
Ah sim, um outro artigo que fala sobre o liberalismo que foi colocado em vigor na Suécia há muitos anos:
http://www.libertarianismo.org/index.php/artigos/laissez-faire-suecia-rica/
Abraços. =)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirE ai negrinho do pastoreiro, como estão as coisas contigo? Legal o texto. Pelas inúmeras conversas que já tivemos, vejo que você busca um conhecer um tanto que imparcial ou algo próximo à realidade, "verdade" - se quisermos força muito a barra. Nisso considero sensatez, porém muitos gênios eram insensatos, afinal a banalidade tão quanto à mediocridade parece ser inata aos seres ditos pensantes. Quero nessa frase anterior fazer uma crítica ao projeto moderno da ciência e emendar críticas ao coleguinha brilhante que se deu o trabalho de não só ler seu texto, mas como citar várias referências, diria que ele não teve ou terá problemas com citação e referências bibliográficas na academia. Mas parabéns brother, minha religião me ensinou a valorizar o esforço, e pelo visto se esforçou não somente em ler o texto de Sinval, mas como criticá-lo e ainda se deu o árduo trabalho de citar diversas fontes, que eu diria enfadonhas por sinal.
ResponderExcluirBrother desconfie sempre quando a verdade/razão/realidade ou qualquer outro nome que você dê aos “fatos” que constituem sua opinião e a forma de organização do seu conhecimento, adquirido ao longo do seu vasto viver, torne-se algo tão objetivo e tácito de se definir/compreender e versar sobre.
Se eu agisse como você, citaria vários livros e autores para endossar meu argumento de que você pouco conhece sobre teoria do conhecimento ou sobre discurso – discourse, no speech. Gostaria de deixar claro também que a minha intenção não é fazer críticas ao ponto de me tornar você. O que quero dizer com isso é que, por exemplo, quando a menina fica dizendo que a coleguinha está toda recalcada ou está com inveja dela, significa que em certa medida a opinião ou as atitudes da coleguinha “recalcada” traz algum sentimento nela, seja de incompreensão ou repulsa, sei lá. Recalque nunca foi minha praia, até porque não faço o estilo modinha. Porém nessa perspectiva o fato de eu me endereçar a você faz com que eu em certa medida esteja dando importância ao que você fala, e sim estou mesmo.
Não pelo fato de seu enorme brilhantismo de citar referências e bibliografias, que muito me admira, pois nunca foi meu forte gostar de fazer rodapé de texto. O que me move é a certa repulsa que tenho desse projeto da ciência moderna.
ResponderExcluirAh verdade, já ia me esquecendo de citar autores e literaturas que endossem minha crítica pessoal a você e ao seu modo de organizar o conhecimento e de expô-lo. Então comecemos com “fatos”, eu não acredito neles, mas se acreditar os classifiquem assim, haja como desejar. Ainda que acredite ou não, a forma do processo cognitivo do conhecimento inicia-se a partir do momento em que começamos organizar nossas experiências ou abstração delas – devaneios também podem vir a calhar– em categorias de análises que futuramente serão reverberadas, modificadas ou até invertidas.
Ou seja, o seu argumento parte de quais princípios? E não estou dizendo filosofia, antes que desmereça, até porque se desmerecer cometerá outro erro crasso, assim como aquele em que você confunde CRESCIMENTO com DESENVOLVIMENTO, erro infame jovem. Houve sim crescimento do Produto Interno Bruto tão quanto econômico, agora se a sua intenção é dizer que isso não gerou desenvolvimento, ai sim concordo contigo. Mas esse erro seu foi infantil, basilar, como dizem “erro feio, erro rude”.
Ah voltando às fontes, uso para fundamentar meu argumento Foucault, Ziygmunt Bauman, Fourez, Derrida, Lacan e por fim Feyerabend, esse te indico ler um livro que talvez o torne mais dócil e mais humilde, Against Method.
Não terei tempo nem saco para juntar e costurar tudo o que desejo falar, mas se for espertinho talvez pegue o fio da meada e entenda o que desejo dizer. Então, esses autores versam sobre temas da sociologia, antropologia, psicanálise, metateoria, filosofia da ciência. O que desejo fazer além da crítica ao modo de se portar em uma discussão, que nesse aspecto é crivo particular, excluído, portanto do debate, mas constante no erro crasso de ignorar questões primárias da maneira de se conceber e discernir “fatos” de “construções sociais".
Nessa perspectiva até gostaria de dar um bom exemplo de Zizek quando menciona em um vídeo seu sobre a existência de Deus. Mas é complexo por demais, resumindo seria que para que algo exista tem que haver duas existências ou talvez ao menos uma, depende do que você acredita e como organiza o seu conhecimento. Deve haver uma existência “material” e uma “imaterial”, ou seja, uma concepção do que aquilo vem a ser, uma noção e uma forma de catalogar aquele objeto/coisa/assunto ou fenômeno observado. Nessa perspectiva pode depreender-se que o que de fato existe é o texto e não o objeto em si, ou seja, significa dizer que uma existência depende da forma como você a concebe, isso descontrói a sua noção de classificação de partidos entre direita e esquerda. Pois se quiser classificar esquerda e direita, é possível se fazer pelos discursos, digo novamente, discourse, as grandes narrativas fundantes do conhecimento.
ResponderExcluirVocê contrapõem os valores de um lado e de outro para classificações entre direita e esquerda. Você comete outro erro crasso, que é o reducionismo das coisas em suas literaturas. Em sua fala, speech, é possível identificar algumas coisas que o fizeram organizar o seu pensamento tal qual como é, e nesse caso digo de forma imparcial, da mesma maneira que em minhas falas você pode observar alguns valores fundantes do meu pensamento.
Foucault faz primeiramente estudos arqueológicos, no sentido de buscar uma historização da forma e da produção do conhecimento em si, formas, moldes e logo após seus trabalhos são dedicados a uma busca genealógica do conhecimento, relação saber-poder. Ou seja, por motivos óbvios o seu pensamento tão quanto o de Sinval tornam-se possíveis, conforme Foucault analisa, condição de possibilidade. Quero dizer que tanto o seu pensamento pode ser possível, no sentido de transformar sua forma de conceber as coisas em “fatos” (“afinal contra fatos não há argumentos” ahhahaahhaah, bullshit man!) como a de Sinval. Ou seja, existem discursos que tornam possíveis realidades, verdades ou razões lógicas, por um motivo óbvio, eles são autorrealizáveis. Dizem que as coisas são assim e por você acreditar que elas são os seus efeitos são os mesmos esperados pela ideia concebida inicialmente, olhe que coisa legal né.
O projeto da ciência moderna pretende observar coisas “observáveis” milhões de anos atrás como milhões de anos à frente, massa essa história. Porém a ciência moderna não é atemporal, brother. Ou seja, ela é datada de um período, de uma época, de um povo e de algumas finalidades. Principio básico de analisar a condição de possibilidade para que um evento ocorra, é analisar tempo, temperatura e pressão.
ResponderExcluirAcredito em Feyerabend quando ele menciona que talvez seja mais justo a anarco-epistemologia, pois ela validaria várias formas de conhecimentos. E as pessoas como Sinval, não teriam o desprazer de caírem na “malha fina” de pessoas como você que dizem o que é isso ou aquilo, conforme minhas leituras e minhas perspectivas de mundo.
Ah, por fim só acho que se ainda não leu, mas se já você talvez tenha esquecido-se de mencionar aqui, indico algumas leituras que te trarão gozos intelectuais, são elas: Olavo de Carvalho, e outros que me fugiram a cabeça, so sorry. Porque para eles realmente não existe direita, existe a escola austríaca.
Infelizmente tenho pré-conceito ou pós-conceito contra pessoas que leem esses caras, não consigo levar a sério. Portanto meu intuito crítico se dirige muito mais a sua pretensa sapiência do que a sua carga de leitura ou a qualidade delas, porque isso é um crivo importantíssimo. No mais para você Sinvas, fica aquele abraço e acredito sim que os progressistas têm mais a nos acrescentar do que essas sementes mal plantadas, para elas um grito de piedade que o Sr. Deus lhes dê grandeza e um pouco de coragem.
Fala, meu querido. As coisas estão mais tranquilas, graças a Deus. E por ai? Se tudo der certo, teremos tempo o suficiente todos os domingos para discutir estas e outras questões pessoalmente. Muito obrigado pelos seus comentários. Polêmicos como sempre e com uma capacidade de superar a linha do racional, do argumento, do fatídico, trazendo uma visão profunda e filosófica da base da construção do conhecimento e da forma de expô-lo no discurso. Creio que esta é uma das essências das Ciências Políticas, pouco compreendida pelas Exatas. Não some não. Grande abraço!
ResponderExcluirSinval, parabéns pelo texto! No meu entendimento ficou clara a sua intenção em "abrir as mentes dos cidadãos". Resumo assim o que achei do seu texto. Parabéns pela clareza na exposição das suas ideias e quem sabe o povo brasileiro ainda consiga atingir um nível ao menos um pouco mais expressivo de capacidade interpretativa e consciência de exercício de cidadania! Guilherme Personal Trainer
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