Depois da experiência com o Regime Militar e uma época de bipartidarismo
forjado (Arena x MDB), o Brasil adotou o pluripartidarismo. Isso me faz pensar
que a história nos arrastou para a liberdade de associação partidária, visto
que o país passou muito tempo diante de uma autocracia e grandes restrições.
Sendo assim, chego a acreditar que não poderia ter sido
diferente, pois a tendência foi de aderir a democracia proporcionando a
liberdade da forma mais plena possível. Contudo, sinto-me incomodado com o que
presencio atualmente, pois há uma grande falta de ideologia e fidelidade
partidária.
Faltando um ano para as eleições, vimos transições de 52
deputados federais e 2 senadores; e criação de dois partidos políticos, salvo
engano. Marina Silva, uma candidata forte à presidência, mostrou-se falha em planejamento
quando não conseguiu instituir seu partido. Até três dias atrás tínhamos 32
partidos, que demonstram representar interesses políticos; interesse em ascensão
utilizando a propaganda eleitoral; interesse financeiro em oferecer valores
para a entrada de candidatos nos partidos; etc.
Talvez muitas pessoas seriam obrigadas a filiar a um
partido que não lhe agrade, se tivéssemos o bipartidarismo. Mas é praticamente
isso que sinto com as grandes coligações em volta, principalmente, do PT e
PSDB. Creio que uma mudança na instituição de partidos, ou até mesmo permissão de
candidatura avulsa, são debates interessantes para a proposição da reforma
política exigida nas manifestações.
Finalizo ressaltando que a limitação de partidos não fere
direitos fundamentais, no meu entender. Até na democracia há limites (ou é onde
mais há), mas o bipartidarismo também oferece escolha. Cabe a você se conhecer
e saber a sua ideologia: liberal ou moderador, radical ou conservador, esquerda
ou direita, socialista ou capitalista, democrata ou republicano. É por isso
também que os EUA são uma das maiores representações democráticas da história.
“O
poder é mesmo tão poderoso, ou o homem que é um ser frágil?”
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