Em Agosto de 2009 eu comecei
a frequentar academia, com 65 quilos e 7% de gordura. O treinamento tinha o
objetivo estrito de auxiliar na natação, e à medida que o tempo passou fui
modificando os meus objetivos. O fato é que 4 anos e 10 meses depois a
diferença corporal pode não ser tão grande, mas acredito que essa alternância
de objetivos – hipertrofia, perca de gordura, explosão, resistência – contribui
para o fator “saúde”.
Atualmente, estou em meio ao
objetivo de ganho de massa magra, e talvez seja o mais eficaz de todos até
hoje. Quando se malha nesse ímpeto, ouve-se muita coisa, principalmente devido
ao alcance de resultado. Por exemplo, sempre há as clássicas expressões “está
legal, não passe disso!”, “já deve parar, caso contrário, ficará feio”, “quais
os venenos está tomando?”.
Isso tudo é até legal e,
geralmente, vem de pessoas que gostam de você. Mas o menos engraçado são os que
atribuem seus resultados a tudo, menos a você, além de aderirem o estigma de
subestimação do nível intelectual do considerado “bombado”. Em geral, para tais
pessoas, o mais importante é o suplemento, o personal, a sofisticação dos
aparelhos da academia, a disposição de tempo, a tendência genética, o
metabolismo, a condição financeira, etc. Elas se esquecem do agregador disso
tudo e, portanto, o principal responsável pelos alcances: você.
Particularmente, acredito
que o maior responsável de nossas conquistas somos nós mesmos, independente dos
aparatos ou percalços que temos. Isso vale para tudo que se deseja alcançar na
vida. Na questão exposta, muitos se esquecem da determinação no momento do
treino; da paciência para esperar o que deseja; do sacrifício em deixar de
comer tantas coisas que gostaria ou beber cerveja com os amigos; da preocupação
com o sono perdido ou aspiração do horário de comer; do esforço para adequar
horários e calendário; das horas de planejamento e análise dos custos da
alimentação, mensalidades; e outras abdicações.
Um ponto
muito discutido na musculação mais intensa é a suplementação alimentar. Pessoas
que pensam ser os sabedores insistem em alertar sobre o que te faz mal, quase
sempre criminalizando o uso de suplementos ou julgando suas decisões. Isso já
virou cultural. O importante mesmo é ter conhecimento das condições do seu organismo
e usar as dosagens adequadas, pois tudo pode fazer mal se não souber usar, não
apenas suplementos que, diga-se de passagem, não são “bombas” ou esteroides.
Para finalizar, não se deve
avaliar o outro sem conhecer toda a cadeia de variáveis em que ele se encontra;
muito menos usar da facilidade alheia e das dificuldades que se tem como forma
de justificar a derrota. É certo que os atributos do terceiro parágrafo sem os
atributos do quarto parágrafo não te levam a nada, mas o contrário te leva
aonde você quiser. Por isso, aceite sua condição, arrume uma alternativa,
trabalhe com o que tem, mas trabalhe. Tem que trabalhar! Pois “no pain, no
gain”.