Até meados do século XVIII o
modo de produção era artesanal e os fabricantes construíam os produtos em suas
casas ou oficinas. A demanda passou a ser crescente devido à atração daqueles
artefatos, ao surgimento da necessidade de adquiri-los e à evolução do
capitalismo.
Após a Revolução Industrial,
percebeu-se a ocorrência de muita produção e negligência da mensuração da
demanda, pois se acreditava que quanto mais se produzia, mais as pessoas
comprariam os produtos. Essa mentalidade foi baseada nas teorias liberalistas.
Em 1929 aconteceu a maior
crise econômica de todos os tempos, justamente devido ao excesso de produção.
Para resolver o problema, Keynes trouxe um novo pensamento: produzir de acordo
com a demanda. Assim, a procura passou a ser o "ponto chave"; não a produção.
Ao se chegar nas últimas
décadas do século XXI, houve o aumento do fluxo de informações, surgimento de
novas tecnologias, emergência de países como China, Brasil, Índia, México, etc.
Assim, a globalização e os produtos automáticos, eletrônicos e sofisticados incitaram
o aumento do consumo. As pessoas se tornaram cada vez mais consumistas.
Para atender a ascendência
do consumo, as empresas contemporâneas se viram na obrigação de aumentar sua
produção. Em complemento, o modelo neoliberal permite que o governo também entre
em cena, por exemplo, tentando frear a inflação promovida pelo alto índice de
consumo. Dessa forma, tem-se maior geração de competitividade e menor iminência
de crise.
Atualmente, percebe-se a
existência dessa produção controlada, mas ainda assim se tornando maior que a
demanda. Isso é devido aos novos produtos que são lançados frequentemente para deixarem as empresas mais competitivas.
Essa competitividade exige que
as empresas se diferenciem e ampliem seus mercados. Para tanto, elas buscam
novas demandas, oferecendo produtos e serviços criativos, inovadores, e até
customizados. Ou seja, ofertas diferentes do que é visto nas outras empresas. O livro “A Estratégia do Oceano Azul”, de
Renée Mauborgne e W. Chan Kim, trás essa reflexão e mostra como a gestão
estratégica é importante para alcançar esse objetivo.
Logo, andei refletindo: esse
livro é referência e aconselha a produção como requisito de geração de uma nova
demanda, ao invés de apoiar a produção embasada na demanda existente. Será que
estamos começando tudo de novo, como na era artesanal?