Indignação, revolta e raiva
tomaram conta de mim na manhã da última quinta-feira. Esperei três horas para
ser atendido no pronto atendimento do hospital Santa Casa, com um plano
particular. Enquanto esperava, fiquei refletindo o porquê daquilo.

Além disso, tem-se as
interferências externas: a sociedade, que supervaloriza a medicina; a
corrupção, que suga os recursos financeiros do Estado; a falta de vontade de
muitos profissionais, por acomodarem diante dos seus salários; a cultura
brasileira, de fraudar o sistema para ser atendido primeiro (farsas, amizades
com médicos, etc.); incompetência da gestão municipal, que até hoje não teve um
prefeito que percebesse o crescimento da população e investisse em infraestrutura;
ao corporativismo dos médicos, que muitas vezes fazem o ofício de farmacêuticos
, nutricionistas, psicólogos; à legislação brasileira, que dá autonomia ao
médico, visto que praticamente qualquer médico pode tudo em qualquer área da
medicina, sem haver exigência de especialização. E, por fim, o sistema nacional
de saúde.
O sistema nacional de saúde –
o Universal – diz que todos tem direito à saúde, mas poucos hospitais conseguem
cumprir. O SUS é precário e superlotado. Se o doente não optar por ele, tem que
pagar pela sua saúde. Ao contrário do sistema estadunidense – o Segurado, que
se paga pelo serviço quando está saudável e recebe o retorno e até subsídio do
governo quando se encontra doente.
Não obstante, isso tem sido copiado
pelos Planos de Saúde, mas devido a todos os fatores dos dois parágrafos maiores,
mostra ainda muita ineficiência. Caso contrário, um jovem não esperaria três horas
numa fila, muito menos precisaria fazer este texto.